Fonte: Tribuna do Planalto
27/08/25
Por Redação Tribuna do Planalto em 25/08/2025 – 11:43
As cargas desviadas eram compradas por até 60% abaixo do valor de nota fiscal. (Imagem: Polícia Civil)
A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Roubos de Cargas (Decar), prendeu neste domingo (24), em Pirapora, Minas Gerais, uma família que desviava cargas, fraudava documentos, lavava de dinheiro e traficava de drogas. Entre os presos está José Leonardo Ferreira Borges, apontado como líder do esquema e que estava foragido desde julho, quando a Operação Depositário Infiel foi deflagrada.
Além dele, foram presos:
Isa Lara Godói Borges Rosa – filha do líder da organização;
André Dias Lemes Rosa – genro do líder;
Victor Hugo Santos de Moura – apontado como “laranja” para movimentar os valores ilícitos.
Com as novas capturas, a PCGO contabiliza 15 prisões realizadas no âmbito da operação.
Modus operandi sofisticado
As investigações, que duraram quase três anos, revelaram o funcionamento detalhado do grupo criminoso. A organização aliciava motoristas para desviar mercadorias e, em seguida, registrava boletins de ocorrência falsos para acionar seguradoras.
As cargas desviadas eram compradas por até 60% abaixo do valor de nota fiscal, armazenadas em galpões próprios ou de comparsas para simular legalidade e revendidas a preço de mercado.
Os lucros eram “lavados” por meio de transferências pulverizadas em contas de “laranjas”, investimentos em construção civil e compra de imóveis em nome de terceiros.
Esquema criminoso envolvia drogas e contrabando
Além das fraudes, a investigação revelou que o grupo também destinava de forma ilegal cargas apreendidas e comercializava mercadorias contrabandeadas, como defensivos agrícolas com laudos falsificados.
A rede criminosa ainda tinha ramificações no tráfico de drogas, com motoristas flagrados transportando grandes quantidades de entorpecentes: cerca de 220 volumes de cocaína avaliados em R$ 40 milhões e aproximadamente duas toneladas de maconha.
Experiência criminosa
Segundo a PCGO, o líder usava sua experiência como vistoriador de sinistros para manipular processos de sindicância, garantindo o recebimento indevido de seguros e a venda ilegal de cargas desviadas. Outro alvo da operação possui um extenso histórico criminal, com passagens por roubo qualificado, furto, apropriação indébita e estelionato, além de já ter sido investigado em grandes operações policiais.
A divulgação da identidade dos presos foi feita nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 da PCGO, com base em despacho fundamentado da autoridade policial, diante da possibilidade concreta de identificação de novas vítimas.
Redação Tribuna do Planalto