Fonte: Gov.br
18/12/24

Bagé/RS. A Polícia Federal deflagrou, com apoio da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas – DRACO/Bagé, nesta sexta-feira (13/12), a Operação Macan, que investiga organização criminosa dedicada à importação ilegal de agrotóxicos provenientes do Uruguai.

Cerca de 45 policiais federais e 12 policiais civis cumpriram 16 mandados de busca e apreensão domiciliar, 10 mandados de busca pessoal e 10 mandados de busca e apreensão de veículos nas cidades de Santa Maria, São Sepé, Restinga Seca, Aceguá e Porto Belo/SC.

Também foi determinado o sequestro de 11 imóveis e 20 veículos, o bloqueio de valores nas contas dos investigados de aproximadamente R$ 9 milhões, bem como decretadas 2 prisões preventivas em face dos líderes do grupo criminoso.

A investigação iniciou a partir da prisão em flagrante de um indivíduo, ocorrida em 2021, na cidade de Bagé/RS, surpreendido enquanto transportava grande quantidade de agrotóxicos estrangeiros oriundos do Uruguai.

Ao longo das apurações, foi identificada a existência de uma organização criminosa transnacional, que atuava na internalização clandestina de agrotóxicos estrangeiros no território brasileiro. Estima-se que, pelo menos desde 2016, cerca de 250 toneladas de agrotóxicos foram introduzidas ilegalmente no Brasil, proporcionando lucros milionários a partir da venda e distribuição destes defensivos na região central do estado para dezenas de produtores rurais.

O lucro obtido era aplicado em uma loja de veículos de elevado valor e em uma construtora de imóveis, que serviam como mecanismos para a lavagem do dinheiro obtido com o contrabando de agrotóxicos, visando dissimular a procedência criminosa. Ainda, foi identificada a existência de uma rede de interpostas pessoas “laranjas”, as quais movimentavam vultosos recursos ilícitos e ocultavam bens pertencentes ao grupo criminoso.

A utilização de agrotóxicos estrangeiros proibidos ou não autorizados no Brasil, o que caracteriza crime, pode ainda resultar em graves danos à saúde e ao meio-ambiente. A ausência de registro inviabiliza a certificação da composição e do grau de toxicidade dos produtos utilizados na agricultura, além de dificultar o controle prévio e a fiscalização pelos órgãos competentes.

Os investigados responderão pelos crimes de importação e comercialização de agrotóxicos não registrados ou não autorizados, de lavagem de dinheiro e de organização criminosa, cujas penas somadas poderão chegar a 27 anos de reclusão.

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