Fonte: Infonet
23/10/24

em 17 out, 2024 10:49

A Polícia Federal, em conjunto com o GAECO de Campinas, deflagrou nesta quinta-feira, 17, a Operação Ladinos, visando desmantelar uma organização criminosa envolvida em roubos de cargas, tráfico de drogas, crimes violentos e lavagem de dinheiro.

Com atuação em diversos estados, especialmente no eixo Sudeste/Nordeste, a operação cumpre 19 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas.

Em Sergipe, de onde são os líderes do grupo criminoso, foram cumpridos 4 mandados de prisão temporária (2 em Aracaju, 1 em São Cristóvão e 1 em Itabaiana), envolvendo dois homens e duas mulheres. Também foram executados quatro mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de documentos, celulares, computadores, objetos de valor e veículos. Entre os itens apreendidos, destacam-se celulares aparentemente banhados a ouro, que serão submetidos à perícia.

Investigação

De acordo com a PF,  investigação teve iniciou no ano de 2022, após ser recebida informação de que o líder de uma organização criminosa atuante em roubo de cargas, na região de Campinas e em diversos estados, especialmente defensivos agrícolas para serem vendidos no estado de MG, já investigado por crimes violentos no Nordeste (Operação Valquíria, 2013, da Polícia Civil em Sergipe) e mandante de crime de homicídio em Ribeirão Preto/SP (11/3/2022), estaria residindo em condomínio de luxo na cidade de Campinas.

Após diligências e investigações superando inúmeras identidades falsas e trocas de endereços, foi identificado e localizado o líder dessa organização criminosa, contra o qual havia um mandado de prisão preventiva, expedido pelo Juízo da 3ª Vara do Foro de Presidente Venceslau/SP, por prática do crime de roubo de carga de defensivos agrícolas, resultando na sua prisão, em Campinas, pela Polícia Federal no dia 24 de julho de 2022.

“Na oportunidade, o investigado conduzia uma picape, adquirida em dinheiro em espécie, também com uso de uma de suas identidades falsas, sendo preso em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo”, disse a PF.

Na residência dele foi encontrada uma cédula de identidade com a fotografia dele, mas em nome de outrem; um cartão de banco em um nome falso utilizado por um outro integrante da organização criminosa; um jammer (bloqueador de sinal de comunicação utilizado, comumente, por criminosos que roubam veículos, cargas e instituições financeiras); notebook; aparelhos celulares; documentos e veículos.

Diante das apreensões, estruturou-se uma investigação sobre sua organização criminosa e o “descortinamento” da existência de dois núcleos: (a) o primeiro composto pelos que praticam crimes violentos, como homicídios e roubos de cargas e a instituições financeiras, principalmente na região de Campinas, e o (b) segundo por aqueles que atuam no tráfico de drogas, na receptação e na lavagem de capitais.

Por meio de empresas de fachada, identidades falsas, laranjas e movimentações financeiras fracionadas, a organização criminosa movimentou centenas de milhões de reais para ocultar seus ganhos com os mais diversos crimes.

Por fim, a PF destaca que os integrantes da organização criminosa respondem a inúmeros processos criminais pelos mais diversos crimes, restando nesta apuração os crimes que demonstram a ligação entre todos: (a) integração de organização criminosa e (b) ocultação de capitais, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.

por João Paulo Schneider 

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