Fonte: AgFeed
17/07/24

Uma das maiores preocupações que envolvem as grandes indústrias de insumos agrícolas é a falsificação, que normalmente envolve o uso de rótulos de produtos originais nas embalagens que contêm o produto adulterado.

Segundo a CropLife, que representa as fabricantes de defensivos agrícolas, as apreensões de produtos piratas mais que dobraram desde 2020, gerando um prejuízo de R$ 21 bilhões. O tema virou um desafio não apenas para quem fabrica o agroquímico, mas também para a indústria de embalagens e rótulos.

A multinacional norte-americana Avery Denisson completa 50 anos de Brasil em 2024. A empresa tem o nome de Stan Avery, que na primeira metade do século XX inventou a tecnologia de rótulos auto-adesivos, principal negócio da companhia até hoje.

Por aqui, um dos segmentos mais relevantes para a Avery Denisson é o agronegócio. Mais especificamente a indústria de insumos agrícolas. “Atendemos empresas como Bayer, Syngenta e Corteva, entre outras, com esse tipo de solução”, conta Renato Rafael, gerente de Produtos da Avery na América Latina.

A Avery Dennison possui uma fábrica em Vinhedo, no interior de São Paulo, e um Centro de Distribuição em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que foi bastante afetado pelas enchentes ocorridas entre o final de abril e o começo de maio. “Ainda estamos com máquinas fazendo manutenção por lá”, conta Rafael.

Mesmo com esse problema no CD de Porto Alegre, a fábrica de Vinhedo continua suas atividades, e será inclusive ampliada. A Avery fez recentemente um investimento de R$ 150 milhões em uma nova máquina, que está em fase de instalação. Segundo Rafael, a mais tecnológica da América Latina no segmento.

“Nós estamos em avanço constante contra os falsificadores. Eles sempre aparecem com novos meios de burlar os produtos. Então é importante investir em novas tecnologias com frequência”, afirma o executivo.

Uma delas, implementada no final da última década e bastante utilizada pela indústria de insumos, é a chamada Semigloss. Esse tipo de etiqueta identifica tentativas de violação, e acaba se desfazendo quando ocorre essa tentativa.

“Foram anos de testes para chegar em um equilíbrio entre um rótulo que tivesse um nível de fragilidade que leva a esse rompimento se houver tentativa de retirada, e um material adesivo forte”, diz Rafael.

Em outras frentes, que atendem outros setores da economia e segmentos do agro, a Avery tem desenvolvido soluções como QR Codes, chips e até mesmo uma tinta invisível. “Essa tinta invisível pode ser muito utilizada em auditorias. Se os auditores quiserem checar a procedência de certo produto, é só baixar o aplicativo, aproximar o celular do rótulo, e as informações vão aparecer”, explica o executivo.

Para o agronegócio, um dos maiores potenciais de expansão para a Avery está na tecnologia RFID, de chips, segundo Rafael.

“Essa é uma tecnologia que permite uma rastreabilidade de ponta a ponta, e hoje, esse tema é cada vez mais relevante para toda a cadeia do agronegócio. Há três anos, nós concluímos a nossa fábrica voltada para RFID aqui no Brasil, e a companhia está construindo a maior planta do mundo voltada somente para esse fim”, disse o executivo.

A Avery Denisson é uma empresa de capital aberto com ações negociadas em Nova York, e de acordo com o balanço do primeiro trimestre de 2024, a América Latina representa 9% das vendas globais do grupo, que tem atuação em todas as regiões do mundo.

No período, a companhia conseguiu melhorar sua margem Ebitda em relação ao primeiro trimestre de 2023, saindo de 14,2% para 18,3%.

O lucro por ação da Avery Dennison no primeiro trimestre foi de US$ 2,13, um crescimento de 43% na comparação anual. A projeção da companhia é fechar 2024 com um aumento de 17% no lucro líquido por ação, segundo a apresentação de resultados dos três primeiros meses do ano.

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