Fonte: Portal Hertz
17/12/25

10 de dezembro de 2025

Uma ação conjunta entre o Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Polícia Militar do Estado de São Paulo desarticulou, na manhã desta quarta-feira (10), um esquema sofisticado de adulteração e venda ilegal de agrotóxicos. A ofensiva, chamada Operação Pesticida, mobiliza cerca de 250 policiais militares, dezenas de promotores e mais de 65 viaturas em São Paulo e Minas Gerais.

Durante o cumprimento de mandados, equipes da PM e do Gaeco descobriram uma gráfica clandestina em Cristais Paulista, cidade vizinha de Franca, que produzia rótulos e embalagens falsificadas para dar aparência legal a agrotóxicos adulterados ou irregulares.

No local foram apreendidas máquinas, impressoras industriais, matrizes de rótulos e grande quantidade de material gráfico pronto para uso. Segundo os investigadores, os produtos eram utilizados para “maquiar” substâncias ilegais antes de serem distribuídas a agricultores da região. O responsável pela gráfica foi identificado e conduzido para as providências legais. Todo o material recolhido será periciado.

Ao todo, a operação cumpre 25 mandados de prisão temporária e 90 mandados de busca e apreensão em sete cidades do Estado de São Paulo e três municípios de Minas Gerais. O trabalho envolve o 4º Batalhão de Polícia Ambiental, o 11º BAEP, o 15º BPM/I e unidades da PM mineira.

As investigações revelam a atuação de organizações criminosas compostas por diversos núcleos:

* Núcleo de falsificação, responsável por reproduzir fórmulas e embalagens;

* Núcleo gráfico, encarregado da produção de rótulos e materiais de identificação;

* Operadores financeiros, que movimentavam e ocultavam os lucros do esquema.

Segundo o MPSP, o grupo operava com alto nível de profissionalização, divisão clara de funções e faturamento mensal significativo.

Em julho deste ano, também no âmbito das investigações, cerca de 30 mil galões, tampas plásticas, moldes, matrizes de impressão e utensílios usados na contrafação de produtos agrícolas haviam sido apreendidos, revelando a grande escala do esquema.

Os produtos adulterados oferecem grave risco à saúde pública, ao meio ambiente e aos consumidores. O agronegócio também é afetado diretamente, com prejuízos econômicos, concorrência desleal e impacto na arrecadação tributária.

Operação continua

A megaoperação segue em andamento, e as prisões realizadas nesta quarta-feira são consideradas estratégicas para o avanço na completa desarticulação da organização criminosa.

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