Fonte: Interpol
27/11/24

Iniciativa liderada pela INTERPOL apreende produtos ilegais avaliados em mais de 200 milhões de dólares
BUENOS AIRES, Argentina – Uma operação na América do Sul que visa o comércio de produtos falsificados e pirateados resultou na apreensão de mais de 11 milhões de produtos e levou a 104 detenções.

A Operação Creta II (agosto a setembro de 2024) reuniu 12 países para combater uma série de infrações à propriedade intelectual e industrial. Estas incluíram o comércio ilícito de artigos de moda falsificados, produtos médicos, bem como a pirataria digital. A operação, coordenada e apoiada pela INTERPOL, centrou-se em produtos que representam uma ameaça à saúde e segurança dos consumidores.

A operação resultou em apreensões no valor estimado de 225 milhões de dólares. Entre os milhões de itens confiscados estavam quase 300 mil produtos farmacêuticos, incluindo medicamentos sujeitos a receita médica, como vacinas, antidepressivos e precursores químicos que podem ser usados ??para fabricar drogas ilícitas.

Das 104 pessoas detidas durante a operação, 35 foram detidas por contrabando, 47 por violações de propriedade intelectual e industrial, 15 por comercialização ilegal de medicamentos e material médico e sete por outros crimes.

Falsificações, falsificações e fraudes: o conexão com o crime organizado

Como parte da Operação Creta II, a polícia no Brasil desmantelou uma organização criminosa que contrabandeava mais de 250 milhões de dólares em cigarros falsificados. A investigação revelou que o grupo utilizou documentos e faturas falsas para escapar às inspeções e transportar a carga por estrada. Como resultado, vários suspeitos foram presos e bens apreendidos. Os perpetradores enfrentam acusações de falsificação, comércio de produtos impróprios, exploração e branqueamento de capitais, com penas que podem ultrapassar os 48 anos de prisão.

No Chile, os detetives que trabalharam na operação conduziram uma investigação que levou à descoberta de locais que vendiam reproduções de uma conhecida marca de joias espanhola. Isto levou à apreensão de 2.478 peças de joalharia contrafeitas, incluindo colares, pulseiras e anéis, num valor estimado de 523 mil dólares.

A polícia equatoriana desmantelou uma rede de bebidas falsificadas que produzia e distribuía versões falsas de marcas premium de uísque. O grupo fabricava o álcool não regulamentado em condições insalubres, utilizando garrafas recicladas e imitações de elementos de marca, como rótulos, selos fiscais e códigos QR, para imitar os produtos autênticos.

No Paraguai, as autoridades invadiram um armazém clandestino na região da tríplice fronteira, área entre Argentina, Brasil e Paraguai. No local descobriram moldes e placas utilizadas na fabricação de sapatos falsificados. Foram apreendidos produtos no valor aproximado de US$ 750 mil.

O secretário-geral da INTERPOL, Valdecy Urquiza, disse:

“A contrafacção e a pirataria não funcionam isoladamente – estão profundamente ligadas a uma rede mais ampla de crimes graves, como o tráfico de seres humanos, o contrabando de drogas, a corrupção e o branqueamento de capitais.

“Para os grupos do crime organizado, o que importa é sempre o lucro em detrimento das pessoas. É por isso que os esforços coordenados de aplicação da lei para interromper as suas operações e desmantelar as suas redes não são apenas importantes – são essenciais para proteger as comunidades e defender a justiça.”

Um esforço coordenado contra falsificação
Como parte da operação, o Escritório Regional da INTERPOL para a América do Sul em Buenos Aires trabalhou em estreita colaboração com o Projeto IP KEY América Latina e o Colégio Internacional de Investigadores de Crimes de Propriedade Intelectual (IIPCIC) em uma série de sessões de treinamento e atividades de compartilhamento de inteligência. Uma reunião importante reuniu mais de 100 partes interessadas, incluindo polícias, despachantes aduaneiros, procuradores e empresas do sector privado. Isto facilitou a coordenação em nível nacional entre os funcionários da linha de frente e promoveu laços entre representantes de marcas e entidades públicas na América do Sul.

Países participantes:
Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

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