Fonte: De Olho na Cidade
18/12/24
Roberto Silva11 de dezembro de 202411 de dezembro de 2024
A quadrilha especializada em desvios de cargas investigada pela operação “Chave na Mão”, na manhã desta terça-feira (10), movimentou mais de R$ 12 milhões em aproximadamente um ano, segundo o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“A gente trabalha com as informações que vieram do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]. De movimentações suspeitas, só nas contas identificadas, dos integrantes que nós investigamos, foi mais de R$ 12 milhões”, disse o coordenador do Gaeco Regional de Uberaba, promotor José Cícero Barbosa da Silva Junior.
A Polícia Militar (PM), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Grupo de Patrulhamento Tático e unidades de inteligência também participaram da operação.
Foram presas 14 pessoas e apreendidas 5 armas de fogo e munições, R$ 20 mil em espécie, R$ 202 mil em cheques, além de veículos de luxo, celulares e documentos.
Segundo o Gaeco, o grupo também é acusado de furto mediante fraude, estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, falsificação de documento e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
A quadrilha atuava em todo o território nacional, mas a chefia e o núcleo principal do grupo se concentravam na região do Triângulo Mineiro, principalmente em Uberaba, segundo o Gaeco.
Informações privilegiadas
Para a realização dos crimes, a quadrilha contava com informações privilegiadas sobre determinada carga transportada, como placas fotovoltaicas e defensivos agrícolas, seja por interesse de quem a contrata ou por interesse de “atravessadores” intermediários.
As investigações começaram há cerca de dois anos, a partir do compartilhamento de informações realizado pela PRF, segundo o coordenador do Gaeco Regional de Uberaba, promotor José Cícero Barbosa da Silva Junior.
O termo “chave na mão” ou “chaveirinho” consiste na simulação do motorista de ser vítima de furto/roubo de carga. Contudo, esse apenas entrega a mercadoria para um determinado receptador.
“Os roubos que os motoristas diziam ter sofrido não aconteceram. Na verdade, era um esquema em que os próprios motoristas participavam, em que eles desviavam a carga numa rede ampla que envolvia desde mentores, operadores, intermediários e na ponta os motoristas para concretizar, consumar esses desvios”, afirmou o promotor.
Por G1 Triângulo Mineiro