Fonte: Globo Rural
21/05/25
Queda está relacionada à redução nas operações de fiscalização, afirma CropLife
Por Isadora Camargo — São Paulo
19/05/2025 15h06
O volume de defensivos agrícolas ilegais destinados à destruição no Brasil caiu 25% em 2024, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (19/5) pela CropLife Brasil. Foram 289,4 toneladas ao longo do ano, em comparação às 390,7 toneladas registradas em 2023.
De acordo com Nilto Mendes, gerente de combate a produtos ilegais da entidade, a queda está diretamente relacionada à redução nas operações de fiscalização por parte das autoridades públicas. “Uma maior fiscalização certamente inibe a prática ilegal. Logo, um menor número de operações impacta as apreensões e, consequentemente, as destinações”, afirmou em nota.
Nos últimos quatro anos, cerca de 1.400 toneladas de defensivos ilegais foram incineradas pela indústria. A prática é obrigatória, por envolver resíduos químicos que exigem tratamento em usinas especializadas.
Segundo a CropLife, o trabalho conjunto com órgãos como o Ministério da Agricultura, a Anvisa, o Ibama e forças policiais “tem sido essencial para garantir a destinação adequada dos produtos apreendidos”, já que os produtos ilegais representam riscos à saúde de quem aplica e de quem consome os alimentos cultivados com essas substâncias. “Além do impacto na saúde, há prejuízos econômicos para o setor e para o país. Por isso, investimos em conscientização e apoiamos as ações das forças de segurança”, destacou o diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, também em comunicado.
Goiás registra maior alta entre os Estados
Apesar da queda nacional, Goiás registrou um crescimento de 350% no volume de defensivos ilegais destinados à incineração em 2024. Foram 67,2 toneladas no Estado, versus as 15 toneladas de 2023
Segundo a Croplife, o destaque se deu por uma operação realizada pela Polícia Militar em abril do ano passado, em Caldas Novas, que resultou na apreensão de 40,9 toneladas de defensivos químicos adulterados e falsificados em uma fábrica clandestina.
Mesmo com o aumento expressivo, Goiás ficou atrás do Paraná e de São Paulo em volume total. O Paraná liderou com 101,3 toneladas, grande parte fruto de contrabando barrado pela Receita Federal em Foz do Iguaçu.
São Paulo aparece na sequência, com 81,7 toneladas incineradas. Segundo Mendes, a localização geográfica de Goiás, entre importantes fronteiras agrícolas, contribui para o aumento das apreensões. “É uma rota de contrabando de defensivos que entram pelo Paraguai, via Paraná e Mato Grosso do Sul, e seguem para o estado ou para outras regiões, como o Matopiba”, explicou.