Fonte: Fiesp
19/11/25
12/11/2025 17:38 – Atualizado em 12/11/2025 17:52
Lúcia Rodrigues
O II Encontro de Segurança de Produto e Rastreabilidade: Novas Tendências, promovido pelo Departamento de Defesa e Segurança (Deseg) da Fiesp, foi realizado na quarta-feira (12/11) e transmitido pelo canal da Fiesp no YouTube. O evento apresentou dados consolidados sobre perdas de produtos sob a ótica da segurança e discutiu a implementação de processos que fortaleçam a integridade e a rastreabilidade dos produtos nas empresas.
O objetivo do debate, que reuniu autoridades e especialistas no tema, foi aprofundar a discussão sobre os avanços e desafios da rastreabilidade como ferramenta estratégica de proteção de marca, prevenção de perdas, combate à falsificação e otimização de recursos operacionais.
O encontro foi dividido em quatro painéis: Panorama da criminalidade organizada no setor de carga São Paulo–Rio de Janeiro; Principais pontos e implicações para as empresas do Estatuto da Segurança; Legislação em rastreabilidade, boas práticas e resultados; e Tecnologias de rastreabilidade utilizadas e possibilidades.
Na abertura, o diretor técnico responsável pelo Grupo de Trabalho de Segurança de Produto no Deseg, Flávio Porto, destacou a importância de monitorar o ciclo de vida dos bens e identificar ameaças à integridade dos mesmos. “Vimos que, a cada ano, os produtos são mais afetados pelo descaminho, pela falsificação, pela falta de rastreabilidade, pela sonegação, pela adulteração e pelo assalto. A indústria sofre com isso e quem paga são os consumidores”, afirmou.
Em seguida, o secretário municipal de Segurança Urbana da cidade de São Paulo, Orlando Morando, apresentou o Smart Sampa — sistema de monitoramento urbano da Prefeitura de São Paulo que utiliza câmeras inteligentes com reconhecimento facial e leitura de placas de veículos para auxiliar na segurança pública.
O programa tem como objetivo identificar foragidos da justiça, pessoas desaparecidas e criminosos em flagrante, além de monitorar áreas de interesse público. Empresas, concessionárias e cidadãos podem integrar suas câmeras ao sistema, desde que cumpram requisitos técnicos e sigam a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
“O Smart Sampa é o mais moderno sistema de videomonitoramento associado à tecnologia da informação e à inteligência artificial em prol da segurança da cidade. Atualmente, temos 40 mil câmeras operando em todas as regiões de São Paulo, e a meta é chegar a 50 mil até o final deste ano”, destacou Morando.
Painéis
Panorama da criminalidade organizada no setor de carga SP–RJ
Moderado por Flávio Porto, o primeiro painel contou com a participação de Maurílio Nunes, subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, e Paul Henry Verduraz, delegado divisionário da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Os debatedores apresentaram um panorama atualizado da atuação da criminalidade organizada no setor de cargas, destacando estratégias, impactos econômicos e desafios para a segurança pública, além de sugerirem caminhos de cooperação entre o poder público e a iniciativa privada para mitigar o problema.
Estatuto da Segurança: principais pontos e implicações para as empresas
Com moderação de Flávio Porto, o segundo painel reuniu José Wilson Massa, gerente regional de Segurança na Bloomberg – América Latina e Caribe; Selma Migliori, presidente nacional da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese); e Antônio Mello Neves, 2º vice-presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg). Os participantes abordaram os principais pontos de atenção referentes às alterações propostas pelo Estatuto e as implicações práticas para as organizações.
Legislação em rastreabilidade, boas práticas e resultados
Moderado por Antônio Rebouças, diretor técnico responsável pelo Grupo de Trabalho de Rastreabilidade no Deseg, o terceiro painel contou com Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco); Marcelo Medeiros, CEO da SPCOMEX; e Waldomiro Milanesi, delegado de polícia, classe especial de São Paulo. O grupo apresentou o panorama atual da legislação brasileira e internacional sobre rastreabilidade e seus desdobramentos práticos no ambiente corporativo. Foram abordadas questões legais, riscos de não conformidade e oportunidades de aprimoramento. O debate destacou ainda as boas práticas já adotadas por empresas no Brasil, demonstrando como a conformidade regulatória e a rastreabilidade efetiva podem impulsionar a eficiência operacional, gerar ganhos financeiros e fortalecer a reputação institucional.
Rastreabilidade na prática: tecnologias utilizadas e possibilidades
Encerrando o evento, o painel moderado por Dina de Oliveira, CEO da Dinâmica Digital Media, reuniu Osvaldo Maia, assessor da diretoria regional do Senai-SP; Willian Santana, superintendente de Segurança Corporativa da Neoenergia; e Marcelo Sá, diretor da GS1. Os participantes apresentaram soluções inovadoras e ferramentas digitais aplicadas à rastreabilidade, com foco em eficiência operacional, qualidade de produtos e geração de valor para os negócios.
O II Encontro de Segurança de Produto e Rastreabilidade também marcou o lançamento dos Guias Orientativos de Segurança e Rastreabilidade – Versão 2025, que contemplam temas como Legislação e Normas, Boas Práticas e Rentabilidade, Tecnologia e Inovação, Segurança Pública e Criminalidade, e Mitigação de Riscos.