Fonte: IFolha
19/06/24

12 de junho | 2024
Empresário dono da grande maioria dos postos de combustível de Olímpia é preso pela Polícia Civil. Quadrilha furtava óleo lubrificante e defensivos agrícolas.

Da Redação com Julião Pittbull – No início da tarde de quarta-feira, 12 de junho, a Polícia Civil de Olímpia prendeu Hiroshi Kitagawa, um empresário dono da maioria dos postos de combustíveis na cidade, sob suspeita de receptação. A operação resultou na detenção de Kitagawa e outros dois indivíduos, incluindo uma mulher. Os três suspeitos permanecerão presos até a audiência de custódia que deve acontecer ainda esta semana na comarca de Olímpia.

O delegado responsável pela operação, Daniel do Prado Gonçalves, concedeu entrevista ao repórter Julião Pitbull detalhando os eventos que levaram às prisões. A operação teve início após a denúncia de uma empresa vítima de um golpe envolvendo a venda de 30 galões de óleo lubrificante para maquinário pesado. Após a entrega, a empresa constatou irregularidades nos cadastros e desconfiou que havia sido vítima de estelionato.

EMPRESA ENTROU EM CONTATO COM A POLÍCIA

“A empresa entrou em contato conosco relatando a suspeita de golpe”, disse o delegado. “Eles haviam entregue os produtos e, ao verificar as informações dos compradores, notaram inconsistências e perceberam que não seriam pagos pela mercadoria.”

Em resposta à denúncia, a polícia organizou uma operação de entrega controlada. Quando os suspeitos chegaram ao local para receber os produtos, foram abordados e presos pela polícia.

Durante a abordagem, a polícia encontrou não apenas os óleos lubrificantes, mas também defensivos agrícolas que, segundo os suspeitos, eram desviados de grandes fazendas da região.

PRODUTOS ERAM VENDIDOS A PREÇOS ABAIXO DO MERCADO

“Esses produtos eram furtados e revendidos a preços abaixo do mercado”, explicou Daniel do Prado. “Os envolvidos admitiram que sabiam da procedência ilegal dos produtos e que os adquiriam para revenda.”

A investigação revelou que Hiroshi Kitagawa e os outros dois suspeitos faziam parte de um esquema maior. “Eles recebiam os produtos furtados e revendiam, muitas vezes utilizando notas fiscais falsas ou sem nota fiscal”, afirmou o delegado.

A operação, que começou uma semana antes das prisões, já havia levantado informações sobre a rede de receptação. “Essas pessoas colaboraram com a justiça, fornecendo informações sobre outros envolvidos, incluindo produtores rurais e comerciantes da região que compravam esses produtos a preços reduzidos”, disse Daniel do Prado Gonçalves.

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E ÓLEOS LUBRIFICANTES

Os produtos furtados incluíam defensivos agrícolas e óleos lubrificantes, que eram vendidos a preços abaixo do mercado. “Os compradores tinham ciência da origem ilegal dos produtos, tanto que pagavam metade do preço usual”, relatou o delegado. “Eles sabiam que estavam comprando produtos de crime.”

Além de Kitagawa, foram presos outro comerciante e um produtor rural da cidade de Olímpia. As identidades dos outros presos não foram divulgadas pela polícia, apenas que um deles é uma mulher.

Durante a operação, a polícia apreendeu três caminhões carregados de produtos furtados. “Já mostramos dois caminhões, mas há mais material chegando”, afirmou o delegado. “Esses produtos serão analisados para identificar as vítimas e os responsáveis pelo furto.”

AGRICULTORES QUE COMPRARAM OS PRODUTOS TAMBÉM SERÃO RESPONSABILIZADOS

Os agricultores que compraram os produtos furtados também serão responsabilizados. “Todos que compraram sabendo da procedência ilegal responderão por receptação”, disse o delegado. “É essencial comprar de fontes confiáveis e exigir nota fiscal. Quem paga metade do preço por um produto sem nota sabe que está cometendo um crime.”

O delegado destacou a importância do trabalho em equipe da Polícia Civil de Olímpia. “Este foi um esforço conjunto de uma equipe dedicada”, disse. “Estamos comprometidos em reduzir a criminalidade na região e assegurar que todos os envolvidos sejam punidos.”

TRÊS SUSPEITOS FICARÃO PRESOS PELO MENOS ATÉ AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Os três suspeitos foram autuados em flagrante e aguardarão a audiência de custódia que determinará se eles permanecerão presos preventivamente. “Provavelmente, não haverá fiança”, afirmou Daniel. “Eles serão apresentados ao juiz, que decidirá sobre a prisão preventiva.”

A Polícia Civil de Olímpia continua trabalhando para identificar outros membros da rede de receptação e estelionato. “Ainda estamos investigando para encontrar todos os envolvidos”, disse o delegado. “Nosso objetivo é desmantelar essa rede criminosa e assegurar que a justiça seja feita.”

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