Fonte: G1
18/12/24

Por EPTV 1

12/12/2024 19h18 Atualizado 12/12/2024

Uma ação do Ministério Público desarticulou uma organização criminosa suspeita de fabricar remédios falsos. Conforme o órgão, algumas das substâncias replicadas tinham como elementos básicos tabletes de caldo de carne a fim de simular remédios.

A operação Reação Adversa foi deflagrada na última terça-feira (12). Segundo o MP, oito mandados de prisão e 39 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Cinco pessoas foram presas em flagrante.

A investigação começou apurando falsificações de medicamentos veterinários, mas depois constatou que havia remédios falsos também para consumo humano que eram vendidos pela internet. Pelo menos 10,9 mil medicamentos teriam sido vendidos durante três anos.

“O que nos chamou a atenção ao longo da investigação e na deflagração da operação era a forma como a fabricação era pulverizada pela cidade de Campo do Meio (MG). Então foram identificados diversos galpões e até mesmo residências com extrema informalidade, sem nenhuma condição de segurança ou adequada para a manipulação de medicamentos”, informou Guilherme Germano, promotor de Justiça do Ministério Público.

Ainda de acordo com o Ministério Público, o grupo criminoso utilizava caldo de carne para fazer a falsificação dos remédios. Para o promotor, o objetivo da organização era enganar o consumidor deste medicamento.

A preocupação da organização criminosa era simular as características visuais do medicamento, ou seja, eles faziam uma falsificação muito apurada da caixa, da bula, da embalagem, mas, de forma alguma, eles tentavam simular as características do remédio original, ou as suas propriedades terapêuticas. Um dos alvos afirmou, em mais de uma ocasião, que utilizava caldo de tempero pra fazer a falsificação. Certamente existiam aí outras formas de falsificar também, mas uma delas, até pela característica do comprimido que era imitado, que era mastigável, parece que eles utilizavam caldo de tempero, caldo de carne, pra esse fim. O que demonstra que realmente a intenção era enganar o consumidor, era enganar o usuário do medicamento, mas de forma alguma resguardar a saúde ou o bem-estar de quem adquirisse”, explicou Guilherme Germano.

Ao todo, estima-se que cerca de 10.933 medicamentos tenham sido vendidos ao longo de três anos de atuação da quadrilha, que alcançou compradores de pelo menos 20 estados brasileiros.

“Segundo informações das próprias empresas farmacêuticas, naquele município, o índice de falsificação índice de reclamações por falsificação de medicamento superou até mesmo o índice de diversos países, demonstrando a dimensão global do esquema de contrafação de medicamentos. […] O índice de falsificação era dos maiores do mundo”, afirmou promotor.

A principal plataforma utilizada para a comercialização dos medicamentos falsificados foi a internet. As vendas eram realizadas por meio de sites populares de comércio eletrônico.

“Identificamos que duas plataformas muito comuns, muito famosas, eram a fonte majoritária de comercialização do grupo. Então, certamente o comércio em ambiente virtual foi o modus operandi adotado e com os benefícios, sobretudo, a ilusão de anonimato que ele acarreta para os criminosos”, disse.

“Em medicamentos humanos é até mais evidente a importância de sempre comprar em locais idôneos que tenham a licença. Mas mesmo no caso de medicamentos veterinários, é sempre importante destacar, além do risco ao animal, que já é suficientemente grave, também existe um grande risco. A população humana, na medida em que esses animais podem ser vetores de doenças, a exemplo do carrapato estrela, que, se não tratado, pode levar até mesmo ao óbito. Então, é sempre importante destacar a necessidade de comprar em locais idôneos, locais de procedência e confiabilidade. E claro, também sempre verificar o preço, pois um dos grandes chamarizes dessa ação criminosa era vender abaixo do preço de mercado”, completou.

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