Fonte: Jornal da Manhã
11/12/24
A investigação, que se estendeu por quase dois anos, revelou um esquema sofisticado e multifacetado, com ramificações em diversos estados brasileiros
Carlos Paiva
Publicado em 10/12/2024 às 08:11
Atualizado em 11/12/2024 às 05:37
O chefe de inteligência da PRF, tenente-coronel Marcelo Gonçalves, acompanhado do inspetor Rocha Neto, explicou que a quadrilha tinha como sede principal Uberaba, identificada como grande polo de escoamento de grãos na região (Foto/Divulgação)
O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Regional de Uberaba, em parceria com as polícias Militar e Penal de Minas Gerais e a Polícia Rodoviária Federal, deflagrou operação “Chave na Mão”, na manhã desta terça-feira (10). Foram cumpridas ordens judiciais de prisão, de busca e apreensão e sequestro/arresto de bens de uma organização criminosa especializada em desvios de cargas em todo o Brasil.
A investigação, que se estendeu por quase dois anos, revelou um esquema sofisticado e multifacetado, com ramificações em diversos estados brasileiros. O grupo utilizava informações privilegiadas para interceptar cargas valiosas, como placas fotovoltaicas e defensivos agrícolas, empregando métodos que incluíam furto mediante fraude, estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, falsificação de documentos e adulteração de sinais identificadores de veículos.
A atuação do grupo envolvia uma divisão clara de tarefas, desde a obtenção de informações privilegiadas, passando pela coordenação de “atravessadores” e motoristas cúmplices, até a entrega das cargas a receptadores. A expressão que dá nome à operação, “chave na mão”, refere-se à simulação por motoristas de terem sido vítimas de roubo, enquanto, na realidade, entregavam as mercadorias desviadas.
Com núcleo central e liderança concentrados no Triângulo Mineiro, especialmente em Uberaba, a organização demonstrava capilaridade nacional, com operações que se estendiam a várias unidades federativas. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Uberaba e os materiais apreendidos, destinados ao Ministério Público para análise e possível restituição às vítimas.
A operação mobilizou diversas forças de segurança, incluindo unidades das Polícias Rodoviária Federal e Militar, além de apoio especializado em inteligência. A coordenação envolveu as RPMs (Regiões da Polícia Militar) 5ª, 9ª e 18ª, a Superintendência de Informação e Inteligência da Polícia Penal e os Gaecos de Franca (SP) e Campo Grande (MS).
Além disso, a Polícia Rodoviária Federal participou com equipes táticas, grupos de patrulhamento e núcleos de inteligência de estados como Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraíba, com atenção especial às regiões de Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e Belo Horizonte.