Fonte: GauchaZH
31/10/23

De janeiro a 26 de outubro de 2023, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu quase 11 toneladas de agrotóxicos contrabandeados em Passo Fundo e municípios do entorno, no norte do RS. O número é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando mais de 22 toneladas foram apreendidas na região.

De acordo com o chefe da 8ª Delegacia da PRF Passo Fundo, Rodrigo Calegari, a quantidade de ocorrências dessa natureza se manteve nos últimos dois anos e é comum no norte gaúcho e em todo RS.

— Em 2022, o número foi mais elevado em razão de uma apreensão de 10 toneladas em um único caminhão. Nos últimos anos, verificamos que a incidência desse tipo de crime é durante todo o ano e em praticamente todos os meses aqui na região — explicou Calegari.

Pessoas que transportam agrotóxicos com comercialização proibida no Brasil podem ter os veículos apreendidos e respondem por crime ambiental.

— Geralmente essas mercadorias são transportadas de países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Nesses casos, além de responder pelo crime ambiental, os cidadãos ainda são indiciados por contrabando — afirmou Calegari.

Segundo o pesquisador e professor de agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) de Erechim, Leandro Galon, o herbicida Paraquat é o produto que figura em quase todas as apreensões de agrotóxicos ilegais no RS.

O princípio teve a comercialização proibida no Brasil após resolução da Anvisa, em 2020. Segundo Galon, o produto costumava ser usado nas lavouras para combater plantas daninhas que são resistentes ao composto químico glifosato.

Apesar dos riscos, o contrabando do produto já se transformou em negócio, diz pesquisador

— Ele foi proibido por ser o principal causador da Doença de Parkinson e Alzheimer, pois muitos produtores acabavam fazendo a aplicação sem a devida proteção e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), conforme prevê a legislação — explica.

Apesar dos riscos, o contrabando do produto já se transformou em negócio. Ele diz ser comum pessoas comprarem em outros países, especialmente na Argentina, Uruguai e Paraguai, para revender no Brasil sem nota e receita agronômica.

— Os agricultores estão se arriscando. Muitos acreditam que não há outro produto no mercado tão eficiente para essas plantas que, em sua maioria, são resistentes aos outros herbicidas — pontuou.

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