Fonte: A Cidade
22/03/23

A Polícia Militar (PM) prendeu, na tarde desta quinta-feira (16), o último alvo da Operação Rapina, da Polícia Federal (PF), que ainda não estava preso. Ele é suspeito de liderar uma quadrilha que roubava cargas e caminhões nas rodovias paulistas, segundo a polícia.

A operação foi deflagrada em junho do ano passado e tinha como alvos 8 supostos membros da organização criminosa. Apenas o líder não foi preso na data do cumprimento dos mandatos.

O procurado estava trabalhando em um estabelecimento comercial quando foi localizado, por volta de 15h30. Segundo a PF, ele ainda tentou se passar por outra pessoa ao apresentar um documento falso, mas foi reconhecido. Os policiais o levaram para a Delegacia da PF em Campinas.

Com a nova prisão, os oito alvos da operação estão encarcerados, já que os outros sete detidos na data do cumprimento dos mandados seguem em unidades prisionais.

A operação foi a primeira desencadeada por um grupo da PF especializado em combater roubos de cargas e caminhões no país. A sede do grupo é Campinas, considerada um epicentro desse tipo de crime.

Foram cumpridos, ao todo, 15 mandados em 2 de junho. Oito deles de prisão temporária e sete de busca e apreensão.

A investigação durou 18 meses e identificou que a organização criminosa atuou em conjunto em ao menos nove crimes entre julho de 2020 a março de 2022, todos no interior de São Paulo.

Foram casos que envolveram subtração de cargas de carnes, cervejas, agrotóxicos e polietileno – um insumo plástico usado em diversas indústrias.

No dia da operação, o delegado-chefe da PF de Campinas, Edson Souza, comentou que os roubos de cargas têm forte impacto social e econômico, pois encarecem produtos, transporte, seguro e frete.

“A região de Campinas é o epicentro do estado, quer pela sua alta concentração de empresas, de renda, de mercado varejista e atacado. Tem sido uma região que tem sofrido muito”, explicou o delegado.

Os envolvidos respondem pelos crimes de organização criminosa e roubo com emprego de arma de fogo. As penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.

O nome da operação, Rapina, foi escolhido para representar o roubo praticado com violência. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) também prestou apoio.

Como criminosos agiam
O grupo atuava com a abordagem de motoristas de caminhões nas rodovias e em postos de combustíveis para roubar a carga.
Também roubava caminhões para fazer o transbordo dos materiais roubados.
Faziam distribuição rápida da carga subtraída entre receptadores.
A esposa de um dos criminosos atuava especificamente em buscar os ladrões após os crimes em diferentes pontos das rodovias.
As armas, ainda não localizadas, ficam com pessoas específicas da quadrilha.
Nem todos os membros do grupo crimonoso se conhecem.
Polícia Federal identificou que alguns são trabalhadores ativos do ramo de transportes.

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