Fonte: Agrofy
30/04/25

25 de Abril de 2025 ás 16:53

“Boa ideia!”. Todos já escutamos essa afirmação espontânea, que traz consigo o reconhecimento a soluções eficientes, muitas vezes cotidianas, para as mais variadas situações.

O impulso em reconhecer – e também proteger – o desenvolvimento das “boas ideias” é natural e indispensável, inclusive para o nosso agronegócio.

O Dia da Propriedade Intelectual (PI), celebrado anualmente em 26 de abril pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO, do inglês), convida à reflexão um pouco mais profunda sobre o tema.

Ninguém questiona que soluções científicas e tecnológicas transformaram a produção agropecuária brasileira, mas para muitos ainda não está tão clara a relevância da PI.

“A proteção da PI é um pilar essencial para fomentar a inovação no agronegócio, especialmente em um país como o Brasil, que desenvolve tecnologias adaptadas a um ambiente tropical único”, introduz Renata Miranda, consultora de IICA e ex-secretária de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para ela, a PI garante que empresas e instituições de pesquisa tenham incentivos para investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), assegurando a soberania científica e o desenvolvimento de uma indústria nacional competitiva

Ou seja, sementes resistentes a secas e doenças, defensivos “cirúrgicos” contra pragas, insumos biológicos benéficos à colheita e à sustentabilidade e tantas outras inovações só existem porque têm ou tiveram os direitos protegidos.
Impacto da inovação

De tão impactantes, os avanços tecnológicos permitiram um salto na agropecuária brasileira até mesmo comparável a grandes marcos da civilização humana, como o próprio advento da agricultura intencional.

Para se ter ideia, a produtividade média de grãos no Brasil aumentou 321,5% desde o início da série histórica iniciada da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 1976/1977.

Naquele ano, cada hectare produzia 1.258 quilos contra os atuais 4.045 quilos previstos para a safra 2024/2025, segundo o levantamento mais recente do órgão.

No entanto, a demanda global por alimentos, bioenergia e fibras, a exigência por sustentabilidade e o potencial da agropecuária clamam por mais…

“O mundo exige cada vez mais alimentos, fibras e energia, mas com menor impacto ambiental e maior eficiência. Para isso, precisamos de avanços científicos que melhorem a produtividade, reduzam o uso de recursos naturais e desenvolvam soluções adaptadas às mudanças climáticas. O Brasil, com seu agro tropicalizado, tem uma oportunidade única de liderar essa transformação”, comenta Renata.

A roda da inovação

Como enfrentaremos os muitos desafios que se colocam para a agropecuária? Podemos mitigar as mudanças climáticas, atender ao ESG, combater pragas e doenças emergentes e assim por diante? Ou vamos parar por aqui?

“A inovação não é apenas um diferencial competitivo—é uma necessidade estratégica para garantir segurança alimentar, sustentabilidade e soberania tecnológica no longo prazo”, comenta Renata.

Neste contexto, certamente, interromper a “roda da inovação” não é uma alternativa pois  será preciso mais e melhores soluções. E podemos ter até certo otimismo. Em momentos cruciais, a engenhosidade humana sempre respondeu aos problemas e dores da nossa espécie.

“Para esses grandes desafios, precisamos de grandes respostas. Como conseguiremos produzir mais com menos? Uma delas, peça-chave na busca por alternativas, é a agricultura tecnológica”, afirma o presidente da CropLife Brasil (CLB), Eduardo Leão.

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