Fonte: Agência Estado
01/03/23

Não é novidade para ninguém que o mercado ilegal é uma atividade que cresce cada vez mais no Brasil. As operações criminosas das milícias e facções, com ações no contrabando, na lavagem de dinheiro e na entrada de armas, drogas e diversos outros produtos ilegais, infelizmente, encontram seus eixos de articulação não só em nosso país, mas em todo o mundo e devem ser combatidas com empenho pelas forças de segurança.

Como resultado direto dessa equação, temos a preocupante repetição de episódios de violência extrema, com mortes encomendadas por milícias e facções criminosas, seja de comerciantes que se negam a vender os produtos ilegais ou de autoridades de segurança pública, como no caso da execução do promotor paraguaio Marcelo Pecci – que investigava casos de narcotráfico, crime organizado, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na região da Tríplice Fronteira, entre Paraguai, Brasil e Argentina.

Também preocupa a evolução constante no número de armas, drogas e produtos ilícitos, como cigarros e agrotóxicos, em circulação no País. A facilidade com que a atividade criminosa se retroalimenta, com esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção, é impressionante, movimentando bilhões de reais e, claro, sem pagar nenhum imposto. Essa desenvoltura do crime afeta todo o processo de inclusão social. É extremamente grave a cooptação de menores para práticas criminosas nas fronteiras, assim como nas comunidades das nossas cidades. O futuro desses jovens é comprometido por este flagrante aliciamento feito por milícias e organizações criminosas.

Por fatos como estes, são de extrema importância a atualização e o investimento constante em ações de combate conduzidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Receita Federal e outros órgãos de segurança. Aliás, parceria e integração são palavras-chave, já que a troca de informações de inteligência entre as forças de repressão, seja no âmbito municipal, no estadual ou no federal, é fundamental para minar o poder dos criminosos.

Essas frentes de combate são responsáveis, todos os anos, pela apreensão de toneladas de drogas, produtos contrabandeados, além de embarcações, armas de fogo e milhares de suspeitos envolvidos, evitando prejuízos bilionários aos cofres públicos da Nação. Para ter uma ideia, nos últimos sete anos houve um aumento de 200% nos prejuízos causados pelo mercado ilegal ao Brasil, passando de R$ 100 bilhões (2014) para R$ 300 bilhões (2021), segundo levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

O sucesso das operações de segurança integradas ressalta a importância, para o Estado e para toda a sociedade brasileira, da realização dessas ações pelas autoridades de segurança pública do novo governo, num esforço coletivo para conter a criminalidade, uma vez que são imensos os desafios enfrentados pelas operações policiais especiais para combater o crime num país com dimensões continentais, com mais de 16 mil km de fronteiras terrestres e divisas com dez países.

Importante que todos os brasileiros tenham a exata dimensão de como estes problemas afetam a sociedade, seja na segurança dos cidadãos, na evasão fiscal que sangra os cofres públicos e nos problemas gerados nas empresas que atuam dentro da legalidade e pagam seus impostos de forma correta ao erário.

Além das fronteiras secas, como são chamadas as fronteiras terrestres, a presença das operações nas costas marítimas é fundamental, já que tivemos um crescimento da chegada de produtos ilegais provenientes da Ásia e do Oriente Médio em portos localizados especialmente no Nordeste. É uma frente que também deve sempre ser fortalecida com ações de fiscalização, pois representa uma contínua ameaça.

As autoridades de segurança pública do Brasil, ao manter o foco e a atenção no combate ao crime organizado, investindo continuamente nas nossas fronteiras continentais em programas de segurança e de alcance social, atenderão a um clamor de todos os brasileiros.

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