Nesta terça-feira (06/05), no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), no Rio de Janeiro, foi realizada a assinatura do Termo de Compromisso com vistas à implantação do Centro de Referência Nacional em Síntese de Fármacos, o FioFarmo. Essa iniciativa é mais uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Fundação Oswlado Cruz (Fiocruz) visando a soberania tecnológica na área da farmoquímica. Para o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, a cerimônia marca “o renascimento da farmoquímica no Brasil”.


O Termo de Compromisso foi assinado por Gadelha, pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, pelo secretário de Cieência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha,  pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Jorge Bermudez, pelo diretor executivo de Farmanguinhos, Hayne Felipe e a pesquisadora e coordenadora do projeto da farmoquímica, Núbia Boechat.


Na ocasião, Hayne falou sobre a importância dessa parceria. “Esse é um momento muito emotivo para nós. Vimos a necessidade de complementarmos o que a gente já faz. Esse é mais um passo que Farmanguinhos dá em direção a um caminho para apoiar a política de incentivo a indústria”, falou.


Na apresentação do projeto, a chefe do Laboratório de Síntese Química de Farmanguinhos, Núbia Boechat, fez uma breve abordagem sobre a história da indústria farmoquímica no Brasil, setor que, segundo ela, apresenta, atualmente, um déficit na cadeia produtiva da saúde (cerca de U$ 12 bilhões de dólares). O Ministério da Saúde, através da portaria 1.284/10, tem uma lista de 87 medicamentos considerados estratégicos à saúde da população. Entretanto, dos fabricantes de insumos farmacêuticos, observou, apenas 2% são produzidos por laboratórios oficiais, 2% por laboratórios privados e 96% são importados, disse Núbia.


Com a proposta de implantação do FioFarmo espera-se incorporar mais uma etapa na cadeia produtiva de medicamentos e desenvolver processos sintéticos dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) que atendam à demanda do setor público. Além disso, com a implantação do Centro de Referência, o Ministério da Saúde reduzirá os custos com os medicamentos incorporados ao SUS e favorecerá a produção pública de medicamentos. Outras perspectivas positivas com a implantação do FioFarma estão relacionados à formação de pessoal qualificado, à produção de novos protótipos em escala piloto e à incorporação do know how em processos envolvendo os IFAs.


Para a construção do FioFarma,  serão investidos R$ 33 milhões. Deste total, R$ 15 milhões serão destinados a equipamentos, R$ 10 milhões para a obra civil; R$ 5 milhões para consumos e R$ 3 milhões para o pagamento de serviços de terceiros. O terreno onde será localizado o Centro de Referência terá um total de 10 mil metros quadrados, dois mil metros dos quais serão ocupados pelo prédio de dois andares, incluindo a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). O projeto já teve algumas etapas finalizadas, como a definição do cronograma de atividades e do grupo de fármacos do 1º portfólio. Neste momento, os profissionais estão em busca dos fornecedores dos insumos e da definição das rotas sintéticas.


Entre os fármacos que serão produzidos inicialmente estão o anti-helmíntico Dietilcarbamazina; os antimaláricos Mefloquina, Primaquina e Cloroquina; os antituberculostáticos Isoniazida, Pirazinamida e Etionamida; e os antirretrovirais Nevirapina e Efavirenz (estes dois últimos fazem parte de PDPs em andamento).


Durante a assinatura do termo, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que as políticas de incentivo ao desenvolvimento industrial não devem ser concentradas apenas no setor de biofármacos. Segundo Gadelha, apesar desse segmento apresentar grande crescimento, há a necessidade de investimento nas farmoquímicas devido à grande dependência do país a esses produtos, cerca de 80%.


Para Gadelha, Farmanguinhos, mais uma vez, terá grande importância na saúde pública da população. “Essa iniciativa preenche uma lacuna na área da saúde e fecha o lugar estratégico de Farmanguinhos para o país. Farmanguinhos, a cada passo, tem avançado na sua missão”, disse. Além da redução os preços dos medicamentos ao SUS, Gadelha afirmou que a construção do FioFarma ajudará na Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs). “Esse projeto dará condições de nós caminharmos com as PDPs que envolvam farmoquímicos”, disse.


Para o Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, o laboratório será primordial nas políticas do Ministério da Saúde. “O projeto do FioFarmo colocará Farmanguinhos como âncora da Política de transferência de tecnologia e da política nacional de farmoquímica”, disse.


A proposta do projeto para a implantação do Centro de Referência foi apresentada em dezembro do ano passado e não possui objetivo de competir economicamente com outros fabricantes de IFAs em atuação no Brasil, cerca de cinco, de acordo com Núbia.


Fonte: Farmanguinhos

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