Por: Paulo Schueler (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
A Fundação Oswaldo Cruz já distribuiu, até 20 de março, 30 mil testes diagnósticos para o novo coronavírus. Diante da disseminação da doença em território nacional, o Ministério da Saúde (MS) encomendou à Fiocruz o desenvolvimento e a produção dos kits para diagnóstico laboratorial destinados a atender a rede de laboratórios públicos de todo o país. Os kits foram desenvolvidos pelos Institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).
O número é correspondentes ao primeiro quantitativo encomendado. Ainda em março, o número deve chegar a 50 mil testes. Bio-Manguinhos trabalha para que, a partir de abril, a produção aumente em até 3 vezes. Para tanto, segue em contato direto com os fornecedores para garantir os insumos e estabelecer o novo cronograma de entregas. Na semana terminada também em 20 de março, a Fiocruz concluiu a capacitação dos 27 Laboratório Centrais de Saúde Pública (LACENs) do país. Todos os estados estão aptos a realizarem a testagem para o novo coronavírus (SARS-COV-2).
O kit diagnóstico
O Kit tem como objetivo identificar um fragmento do genoma do coronavírus. As amostras respiratórias são coletadas através de um aspirado da nasofaringe, ou coleta com swab triplo, e encaminhadas aos laboratórios para testagem. Nestes é feita a extração e purificação do material genético e, em seguida, utilizam o nosso kit de detecção. O nosso kit é composto por insumos que permitem uma amplificação exponencial do alvo investigado (o SARS-COV2). A técnica utilizada é a PCR em tempo real: os laboratórios preparam os reagentes de acordo com as instruções do nosso kit e com os treinamentos realizados, adicionam o material extraído e podem acompanhar no equipamento, em tempo real , se há presença ou ausência desses alvos referentes ao coronavírus.