Os presidentes do Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul assinaram uma carta para o ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo esforços para a conclusão das negociações comerciais em andamento no bloco. O ato ocorreu durante a Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul (CI19), realizado dia 11 de outubro, no Rio de Janeiro. A ABIFINA participou do evento, representada pela analista técnica Fernanda Costa.
Na abertura da Conferência, a cônsul-geral da Bolívia, Shirley Orozco Ramirez, pontuou a importância da integração regional para o comércio das nações do bloco, ponderando que ainda é preciso avançar mais. “A Bolívia é um dos países que tiveram maior crescimento sustentável nos últimos anos. As nossas maiores exportações são para países do Mercosul, como Brasil e Argentina. São mais de dois bilhões de dólares em exportações. O que nos atrapalha são os entraves burocráticos, que muitas vezes impedem a evolução desejada nas negociações, atrasando o avanço do comércio entre os países”, relatou.
O embaixador do Uruguai no Brasil, Gustavo Vanerio, ressaltou a necessidade de se desfazer as barreiras ao comércio regional e disse que, com as tecnologias da informação, não há motivos para atraso nos procedimentos de importação. “O setor de comércio e serviços está subestimado e é um setor importante porque consolida o restante do setor produtivo no Mercosul. Quanto mais eficiente a logística, o transporte, por exemplo, mais eficiente será o setor produtivo. É grande a dimensão do comércio e serviços para o Mercosul”.
Coordenador nacional do Grupo Mercado Comum, o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, que também é secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, citou a finalização da segunda ponte em Foz do Iguaçu, que permitirá um corredor direto de comércio na região.
“O Brasil tem uma agenda muito ambiciosa de eliminação de barreiras. Mas para isso é necessário um equilíbrio em que todos estejam satisfeitos. Em 2019, foi concluída negociação com a Argentina sobre o acordo automotivo de facilitação de comércio. Não faz sentido nos adequarmos para fazer acordos com a União Europeia, com Canadá, com Coréia do Sul, sem facilitarmos as regras entre os próprios países do nosso bloco. O Brasil está comprometido com isso”, reforçou.
No painel de encerramento da Conferência CI19, realizada na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), todos ressaltaram a necessidade de ampliação das negociações comerciais no âmbito do Mercosul.
(Com informações da CNC)