“O Brasil pode e deve pensar em construir o futuro da indústria com ambição, além de ter visão de longo prazo”. Esta foi a mensagem do economista Luciano Coutinho, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao apresentar o projeto “Indústria 2027: riscos e oportunidades para o Brasil diante de inovações disruptivas sobre o futuro da indústria do país”. A apresentação aconteceu durante o debate “Inovação: a Indústria do Futuro”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a revista Exame, no dia 18 de maio, em São Paulo. A ABIFINA participou da atividade, representada pelo diretor de Relações Institucionais, Odilon Costa.

Coordenador-geral do Indústria 2027, Coutinho destacou a importância de inserir as tecnologias digitais em todos os níveis de educação e difundir soluções digitais nas pequenas e médias empresas.

João Carlos Ferraz, coordenador-executivo da iniciativa e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), informou que, segundo levantamento com 759 empresas brasileiras, apenas 1,6% delas está na 4ª geração de adoção de tecnologias digitais avançadas.

O Indústria 2027 é um projeto inédito, coordenado pela CNI e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com a UFRJ e a Unicamp. Ao longo de 14 meses, o projeto desenvolveu estudos com o objetivo de avaliar os impactos de oito tecnologias disruptivas em 10 sistemas produtivos, no horizonte de cinco e 10 anos. Os resultados completos serão divulgados na próxima semana.

 

Mobilização Empresarial pela Inovação

Na abertura do evento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, observou que, há uma década, nascia o entendimento, entre as lideranças do setor público e as entidades representativas do setor privado, de que a inovação precisava tornar-se a questão central da política industrial do País. “Foi quando o tema assumiu papel fundamental na estratégia de modernização e do aumento da competitividade das empresas”, disse, referindo-se à criação da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). O grupo, coordenado pela CNI, reúne mais de 200 lideranças empresariais e consolidou-se como o principal fórum de diálogo sobre o tema entre a iniciativa privada e o governo.

Já o líder da MEI, Pedro Wongtschowski, listou iniciativas do grupo que têm levado o País a inovar mais, como o programa Inova Talentos, o Edital de Inovação para a Indústria e as Imersões em Ecossistemas de Inovação, além do Indústria 2027. “O projeto tem como objetivo fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas. Do lado empresarial, a inovação é a saída mais inteligente e sustentável para vencer uma crise sem precedentes como a que vivemos”, discursou.

Segundo o empresário, tecnologias como a Internet das coisas, big data, inteligência artificial, realidade aumentada, realidade virtual, robótica avançada, nanotecnologia, biotecnologia, segurança cibernética e impressão 3D transformarão cada vez mais o dia a dia da indústria e a vida das pessoas.

O presidente da República, Michel Temer, participou do encerramento do debate e afirmou que terá um assessor especializado em inovação junto ao gabinete presidencial, no Palácio do Planalto, para tratar exclusivamente do tema. A iniciativa segue uma sugestão do professor de Administração Soumitra Dutta, da Universidade de Cornell (Estados Unidos), um dos grandes especialistas em inovação no cenário internacional.

 

 

(Com informações e fotos da CNI)

 

 

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