Em palestra realizada na sede da ABIFINA no dia 28 de março, o Diretor-Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge A. Guimarães, apresentou aos novos dirigentes da entidade o modelo de gestão e as diretrizes da mais recente empresa criada para estimular a inovação industrial no país. A Embrapii foi criada no final de 2014 a partir de um contrato de gestão com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC), ambos responsáveis pelo financiamento da empresa.
Com status de Organização Social, a Embrapii foi inspirada na organização de pesquisa alemã Fraunhofer e tem como objetivo aumentar o investimento privado em inovação no Brasil. A empresa está presente nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com cerca de vinte unidades credenciadas, além de polos de pesquisa. As unidades são credenciadas a partir de chamadas públicas. Para ser aprovada, a instituição tem que ter experiência em pesquisa e inovação em parceria com empresas privadas e precisa comprovar um investimento mínimo de R$ 5 milhões, na área bioquímica, oriundos de recursos privados nos últimos três anos e de R$ 7 milhões nas demais áreas.
Cada unidade é responsável por negociar diretamente com as empresas parceiras a realização de projetos de pesquisa. A Embrapii antecipa até no máximo um terço dos recursos de custeio das unidades. Cerca de 19% dos recursos são oriundos da própria unidade e as demais verbas devem ser originárias da inciativa privada.
Ao final da palestra, o Vice-Presidente da ABIFINA, Reinaldo Guimarães, chamou a atenção para a baixa participação do setor da química fina nos projetos financiados através da Embrapii e questionou o montante mínimo exigido de R$ 5 milhões oriundos de investimento privado. “No segmento da química fina a indústria da saúde tem uma grande participação, e esse é um campo em que o peso do investimento público é maior do que em outros campos. O setor público responde de 25% a 40% dos investimentos nesse segmento”, afirma o dirigente da entidade.
Em virtude das questões específicas da indústria da química fina brasileira apontadas na ocasião, o presidente da Embrapii assumiu o compromisso de se reunir com as empresas associadas da ABIFINA e debater o assunto. Jorge A. Guimarães afirmou também que a Embrapii está em negociação com o Ministério da Saúde para que se permita o credenciamento de unidades por convite e assim seja possível a participação de instituições de pesquisa da área de saúde.