O Ministério da Economia encerrou no dia 13 de setembro a consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual (Enpi). A ABIFINA, sempre atuante nas questões de PI, enviou contribuições. Os principais pontos críticos, na visão da ABIFINA, estão no Eixo 4 – Modernização dos Marcos Legais e Infralegais.

Nesse item, há previsão de dispositivos que possam gerar o chamado linkage (vínculo entre patente e registro sanitário) relacionado a medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo texto proposto, decisões sobre preço de medicamentos inovadores e comercialização de primeiro genérico estariam ligadas a análises relacionadas a patentes. A ABIFINA defende que essas são questões independentes, tanto que são conduzidas por órgãos com competências distintas.

Outro ponto é a criação de um grupo de trabalho para avaliar e propor adequações ao marco legal da propriedade intelectual ligada à saúde pública. A entidade se colocou a favor da proposta, mas com restrições, para que se evite a possibilidade de patenteamento de invenções óbvias com o intuito de estender indevidamente o monopólio patentário (evergreening).

Em sua manifestação na consulta pública, a ABIFINA sustentou ainda que o parágrafo único do art. 40 da Lei da Propriedade Industrial deve ser revogado e que deve haver negociação prévia com o setor farmacêutico sobre qualquer alteração do status quo do Data Protection (proteção dos dados de testes apresentados pelas empresas para obterem autorização para comercializar medicamentos de uso humano).

A proposta da Enpi é resultado de trabalho conjunto de diversos órgãos da administração pública, coordenado pelo Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual (Gipi), presidido pelo Ministério da Economia.

A Estratégia vai estabelecer metas, objetivos e diretrizes para tornar o sistema nacional de propriedade intelectual mais eficiente enquanto mecanismo indutor da inovação no Brasil.

 

Anterior

Comitê de Comércio Exterior define propostas para temas prioritários

Próxima

Entidades defendem propostas para fortalecer produção de fitoterápicos