Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado no Boletim Radar nº 17, verificou que das 127 mil empresas fornecedoras de bens e serviços para o sistema público entre 2008 e 2010, 13 mil eram indústrias. O estudo comprova uma série de benefícios das compras públicas para o desenvolvimento econômico. O primeiro deles: as firmas industriais que vendem para o governo federal exportam mais. Em 2010, elas foram 12,9% de todo o grupo de fornecedores. Entre aquelas que não fornecem para o sistema público, apenas 0,6% exportaram.


As compras governamentais também incentivam áreas de menor atividade industrial. Proporcionalmente à quantidade de indústrias existente em cada região do País, o Norte foi o que mais forneceu para o governo federal de 2008 a 2010 (talvez pela presença de grande número de unidades do Ministério da Defesa), seguido do Centro-Oeste (o que sugere impacto do Distrito Federal) e do Nordeste.


A estatística de ocupação de mão de obra também se destaca. Em 2010, as empresas contratadas pelo setor público federal empregaram 930 mil pessoas em todo o País, contra 786 mil em 2008. Além disso, elas apresentaram, no período, salário médio e contratação de profissionais com nível superior acima dos números verificados nas firmas não fornecedoras.


A partir dos dados, os autores da pesquisa, Flávia de Holanda Schmidt e Lucas Rocha Soares de Assis, recomendam que os governos potencializem o poder de compra do Estado para promover o desenvolvimento industrial. De acordo com os autores, “com nova legislação (Lei 12.349/2010), se faz necessário pensar em modelos alternativos para as compras públicas. Um deles se refere ao potencial decorrente de articulação e maior planejamento no uso da demanda pública: os compradores podem decidir reunir recursos para ter contratos maiores, ou, alternativamente, harmonizar padrões e exigências”, sugerem.



Fonte: Abifina com informações do Portal Protec (07/02/2012)

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