Fernanda Costa, especialista em Cadeia Química, Relações Governamentais e Internacionais da ABIFINA, acompanhou no dia 17 de abril a 2ª Reunião da Seção Brasileira do Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS).
A reunião contou com as boas-vindas do presidente da Seção Brasileira do CEBRICS e CEO da Embraer, Francisco Gomes, e informou que o objetivo da reunião era atualizar os participantes sobre a agenda da presidência brasileira do CEBRICS e apresentar as recomendações em discussão nos grupos de trabalho.
A agenda estratégica da seção brasileira está distribuída em 3 áreas: biocombustíveis, economia circular e capacitação e recapacitação da força de trabalho para a transformação digital e transformação verde. As prioridades da presidência brasileira e as recomendações dos grupos técnicos foram apresentadas no dia 23 de abril aos negociadores chefes do Brics durante a reunião de Sherpas do Brics.
Na ocasião também foram apresentadas pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) as dez forças que remodelam o cenário empresarial global e as oportunidades para o Brasil. Tais forças foram distribuídas entre 3 grandes tópicos: multipolaridade desequilibrada, campos de batalha econômicos e choques globais.
Com o atual redesenho da ordem mundial, a multipolaridade vem ganhando destaque e atores em agrupamentos ganhando relevância e impulsionando a economia do sul global. Os principais fatores para a multipolaridade são o nacionalismo americano, a reorientação da China, que tem avançado em seus desafios tanto internos quanto externos, com papel internacional modificado, além dos ajustes que a União Europeia vem sofrendo e o aumento da confiança do sul global, principalmente com a expansão dos Brics. Estima-se que o sul global concentrará o comércio global e o crescimento econômico na próxima década.
Já no campo de batalha econômico, as mudanças tectônicas no comércio com uma geopolítica acirrada estão acelerando as mudanças comerciais dos países, levando a uma espiral de retaliação recíproca entre os países, além de uma intensa corrida por tecnologia e inteligência artificial (IA) e navegação pelo nacionalismo econômico. A atenção à evolução dos conflitos armados em diversos países, as mudanças climáticas e seus efeitos atuais e polarização das populações são preocupações que devem ser inseridas no radar das empresas e governo.
O CEBRICS atualmente conta com mais de 1000 membros, de mais de 640 empresas do mundo. Já a seção brasileira contém mais de 260 representantes de diversos setores.