Primeiros dias de atividades incluem painéis com governo, setor produtivo e debate sobre biodiversidade

A ABIFINA está participando da Bio International Convention 2025, que ocorre de 16 a 20 de junho, em Boston (EUA). Representada por Ana Claudia Oliveira, especialista em Propriedade Intelectual e Inovação, a entidade tem acompanhado os principais debates sobre políticas públicas, inovação e biotecnologia, além de reforçar sua atuação institucional por meio da entrega de estudos estratégicos.
No primeiro dia, a ABIFINA esteve presente no 10º Summit Brasil, que contou com falas de autoridades como representantes do Ministério da Saúde, BNDES, INPI e Anvisa. A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri, destacou os avanços na política industrial brasileira e o papel de instrumentos como FINEP, BNDES e EMBRAPII no estímulo à inovação. Segundo ela, “o Brasil tem capacidade científica e tecnológica relevante, mas ainda enfrenta desafios regulatórios, na pesquisa clínica, Conitec e precificação”.
Julio César Moreira, presidente do INPI, abordou as ações de modernização do Instituto e a importância da propriedade intelectual como vetor de desenvolvimento. Em sua fala, destacou que a ausência de proteção por PI dificulta a transferência de tecnologia, sendo o principal desafio a falta de conhecimento sobre o tema.
Também participaram do painel Silvia Berlanga, professora da USP, que alertou para os gargalos nos ensaios não clínicos realizados sem boas práticas, e João Pieroni, do BNDES, que apresentou programas orientados por missões e iniciativas para financiar plantas industriais e centros de P&D. Segundo Pieroni, o BNDES já lançou um fundo com o Instituto Butantan voltado a investimentos em empresas de biotecnologia, com resultado da seleção dos gestores previsto para agosto de 2025.
Durante o evento, Ana Claudia Oliveira entregou à secretária Fernanda De Negri o resumo executivo do estudo da ABIFINA sobre blocos de patentes farmacêuticas prestes a expirar, reforçando a importância da informação para políticas públicas voltadas à redução da dependência externa de IFAs.
Ainda pela manhã, Claudiosvan Martins, da ANVISA, destacou os desafios territoriais para a realização de estudos clínicos no Brasil, que se concentram em grandes centros urbanos. Também foi abordada a recente Lei 14.874/2024, que aguarda regulamentação e trata do Sistema Nacional de Ética em Pesquisa. Rosane Kurber, de Bio-Manguinhos, apresentou o portfólio de vacinas da instituição e ressaltou a importância de parcerias para ampliar os alvos terapêuticos.
No período da tarde, os participantes visitaram a planta recém-inaugurada de vetores virais da Thermo Fisher Scientific, em Plainville (Massachusetts), onde são desenvolvidos projetos de terapia celular e genética.
O segundo dia da Bio Convention começou com o Startup Summit, que apresentou startups do setor farmacêutico com tecnologias inovadoras voltadas para câncer, doenças autoimunes e saúde animal.
À tarde, foi realizada a 2ª edição do BiodiversiTx, evento dedicado à biodiversidade brasileira. Ana Claudia Oliveira apresentou a palestra “Biodiversity and Pharmaceutical Patents – an opportunity for innovation”, na qual expôs o trabalho da ABIFINA sobre patentes e biodiversidade, fluxos de acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional. A especialista ressaltou que a relação entre patentes e biodiversidade pode impulsionar a inovação e a produção local com responsabilidade social e ambiental.
A cobertura completa da participação da ABIFINA na Bio Convention será publicada na próxima semana.





