A ABIFINA está acompanhando de perto as negociações comerciais entre Mercosul e União Europeia, que estão em nova rodada até o dia 2 de março, em Assunção, no Paraguai. Na agenda, estão temas TRIPS-Plus, como Data Protection, SPC (Supplementar Protection Certificate) e Linkage. A equipe técnica da ABIFINA acompanhará as tratativas entre os dois blocos na próxima semana. A associação vem sustentando posição fortemente contrária às propostas em debate, pois objetivam, ainda que indiretamente, estender o prazo de vigência de patentes de medicamentos e de defensivos agrícolas. A ABIFINA assinou manifesto com entidades nacionais da indústria, que foi entregue ao longo das últimas rodadas ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). No dia 22 de fevereiro, a entidade enviou novo ofício ao MRE e ao Itamaraty com detalhes técnicos sobre esses temas preocupantes na área de propriedade intelectual. 

No âmbito da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ABIFINA participou de reunião no dia 16 de fevereiro, com a analista Fernanda Costa. Foram debatidas as negociações entre Mercosul e União Europeia em curso, cuja última rodada ocorreu em Bruxelas de 29 de janeiro a 8 de fevereiro. Nessa fase, os temas de propriedade intelectual não avançaram, principalmente pela posição firme do Brasil em não aceitar as questões TRIPS-Plus.  

Entre os temas de preocupação do setor industrial brasileiro, está o drawback, que tem oposição do Mercosul. 

Para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as questões de regra de origem e de cestas de desgravação são temas prioritários, assim como as Indicações Geográficas são para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

 

Compras governamentais

Ainda na reunião da CEB do dia 16 de fevereiro, foi debatido o acordo de compras governamentais do Mercosul, assinado em dezembro de 2017. Como compromissos do acordo estão a transparência e acesso a mercado. Pelo protocolo, em até três anos os países deverão melhorar suas ofertas, ampliando o rol de produtos contidos no acordo, que não se aplica a medicamentos. Entretanto, IFAs, vacinas humanas e veterinárias e medicamentos poderão ser objeto de licitações abertas aos países do Mercosul, assim como  defensivos agrícolas e produtos químicos.

Durante as negociações do acordo de compras governamentais, a CNI entregou ao governo o posicionamento da indústria em defesa da assinatura do Protocolo. Segundo o documento, formulado com base em opiniões de associações e empresas, as maiores dificuldades encontradas pelos exportadores brasileiros são as barreiras à informação, a transparência e as especificações técnicas exigidas nas licitações. 

No Brasil, as compras governamentais representam cerca de 10% do PIB, um mercado significativo para as indústrias nacionais. A preocupação da ABIFINA com relação a este e outros acordos do tipo em negociação é que sejam tomadas precauções a fim de mitigar os riscos aos fornecedores brasileiros. O primeiro deles é que o aumento do fluxo de comércio venha a ser desvantajoso para o polo menos desenvolvido. A segunda precaução diz respeito à extensão dos acordos. Setores nos quais o Brasil é mais competitivo devem ter preferência absoluta. Além disso, a direção e a extensão setorial dos acordos devem estar vinculadas às diretrizes da política externa brasileira.

Anterior

Anvisa promove 3º Debate Temático sobre Biossimilares

Próxima

ABIFINA aborda práticas anticoncorrenciais no IP Day Hypera Pharma