Fernanda da Costa, coordenadora da Cadeia Química, Relações Governamentais e Internacionais da ABIFINA, acompanhou, em 3 de dezembro, o 7º Diálogo Estratégico de Desenvolvimento Econômico China-Brasil, seminário online que reuniu autoridades, especialistas e lideranças empresariais dos dois países para discutir cooperação econômica bilateral em contexto de transformações tecnológicas e globais aceleradas.
O seminário reuniu autoridades de alto nível dos dois países: Zhu Guangyao (ex-vice-ministro das Finanças da China), Marcos Galvão (Embaixador do Brasil na China), Zhang Xiaoqiang (ex-vice-diretor da NDRC/China), Xu Zhiwei (Vice-presidente e chefe da unidade de negócios internacionais da Kuaishou), Tatiana Prazeres (Secretária de Comércio Exterior do MDIC) e Embaixador Marcos Caramuru (CEBRI).
A pauta concentrou-se em comércio e investimentos, transição energética, inovação e novas oportunidades de parceria, refletindo o aprofundamento das relações bilaterais reforçado pelas visitas de Estado do Presidente Xi Jinping ao Brasil e do Presidente Lula à China. Os debates evidenciaram o compromisso bilateral com desenvolvimento verde, inovação e modernização industrial, destacando a parceria de 50 anos entre Brasil e China fundamentada em comércio, inovação e sustentabilidade.
Segundo os palestrantes, com a descarbonização da economia chinesa estabelecida como uma prioridade central para o período, visando o pico de emissões de CO2 até 2028, o Brasil está estrategicamente posicionado para contribuir significativamente. A demanda chinesa por matérias-primas de alta qualidade e novos processos de produção, que reduzam a pegada de carbono, abre portas para a capacidade industrial brasileira, impulsionando a cooperação em áreas como a produção de metais e a exportação de capacidade produtiva para o exterior.
A cooperação econômica e financeira entre as duas nações demonstra uma profunda sincronia de agendas nacionais. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Novo Plano Industrial do Brasil encontram pontos de convergência com o 15º Plano Quinquenal chinês, especialmente em infraestrutura, energia renovável e economia digital. O Brasil, que se destacou como segundo maior destino global de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) no primeiro semestre de 2024, tem visto um influxo substancial de capital chinês em setores como manufatura, veículos elétricos e combustíveis sustentáveis, consolidando sua posição como um hub vital.
Além do comércio tradicional de commodities, a parceria bilateral está se expandindo para a vanguarda da Quarta Revolução Industrial, com foco em tecnologias emergentes. Áreas como inteligência artificial (IA), energia renovável, infraestrutura digital e agricultura de precisão são pilares dessa nova fase de colaboração. O setor de saúde, em particular, tem recebido atenção especial, com parcerias já estabelecidas em vacinas e no setor farmacêutico. A aplicação da IA em healthcare é uma fronteira promissora, e delegações médicas e da indústria farmacêutica brasileiras têm visitado a China para explorar e aprofundar essas oportunidades, sinalizando um compromisso mútuo com a inovação e o desenvolvimento conjunto em áreas de alto valor agregado.
