A aproximação do Brasil a padrões internacionais, a influência em temas mundiais e a participação na formulação de diretrizes para políticas públicas são algumas das motivações apontadas para sua adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pedido foi feito pelo País em maio deste ano, mas ainda aguarda uma primeira manifestação do organismo internacional.

Os argumentos favoráveis são encampados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), conforme artigo publicado pelo seu presidente, Robson Andrade, no dia 11 de setembro no jornal Valor Econômico.

“O fato é que o Brasil já tem participação ativa em algumas áreas temáticas da OCDE, nas quais se observam evolução de práticas regulatórias, troca de experiências e referências de benchmarking que orientam o desenho de políticas públicas. O próprio Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, um dos principais documentos com propostas do setor, aponta que não há muito distanciamento entre os objetivos da Organização e da indústria brasileira.”, escreveu o dirigente.

O tema vem sendo acompanhado pela ABIFINA, que participou, no dia 25 de agosto, da 1ª reunião do recém-criado Núcleo de Comércio Internacional, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com o Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes) e o Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (Iepe/CdG).

Jaime Rabi, diretor da associada Microbiológica, representou a ABIFINA no evento. Ele destaca a apresentação de Marcelo Estevão, da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, que falou sobre o que está em jogo na possível inclusão do Brasil na OCDE.

Rabi comenta também que os economistas da Casa das Garças destacaram a relevância de o Brasil formalizar seu ingresso na OCDE. Os argumentos mais importantes foram a contribuição da agenda externa para o crescimento de longo prazo da economia brasileira; a ampliação da influência do Brasil em foros internacionais; o crescimento econômico dos BRICS e a redução das diferenças entre os países da OCDE; e o aumento da inserção brasileira nos fluxos de comércio e investimento.

Para os especialistas, o resultado mais esperado seria o crescimento da eficiência, produtividade e competitividade da economia brasileira de um modo geral. Poderia haver, ainda, melhora do rating do Brasil. Segundo os economistas, o ingresso na OCDE é visto como um “selo de qualidade” em políticas públicas.  

De outro lado, foi colocada a visão dos diplomatas brasileiros presentes no evento.  Para eles, o Brasil tem peculiaridades que poderão tornar o processo de ingresso mais longo e “doloroso” do que no caso de outros países. Também foi pontuado que o Brasil deverá reformar regras tributárias, o que pode ser considerada a maior dificuldade para o País.

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