Na semana que antecede a realização da 8ª edição do Seminário Internacional Patentes, Inovação e Desenvolvimento (SIPID), o site da ABIFINA conversa com Fernando Sandroni, presidente do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Sandroni coordenará o painel “Inovação tecnológica como instrumento para reindustrialização e desenvolvimento do Brasil”, o último da programação do seminário. Nesta entrevista, o dirigente da Firjan ressalta a importância de um ambiente institucional, econômico e político favorável ao estímulo à inovação. Em sua opinião, existem diversos casos de esforços inovativos no País que são prejudicados pela quase ausência de apoio no campo político, entregue a outras preocupações. A drástica redução de verbas para os institutos públicos de pesquisa científico-tecnológicos é um exemplo desse descaso. A entrevista completa você confere a seguir.

O VIII SIPID acontece no dia 7 de dezembro, no auditório da Firjan, no Rio de Janeiro. As inscrições se encerram em apenas uma semana. Para inscrever-se, clique aqui.

Em um cenário de crise econômica e processo de desindustrialização, qual a importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento do Brasil?

A inovação é questão central qualquer que seja o panorama econômico. Em um cenário positivo, em que a nação esteja se desenvolvendo bem, as empresas – a que o processo de inovação está ligado – estão mais estimuladas a buscarem novos mercados, internos e para exportação, principalmente aqueles em que são exigidos produtos de maior qualidade e de maior conteúdo tecnológico. Um ambiente favorável e competitivo é altamente potente para reforçar o DNA da inovação nas empresas.

No atual momento, vivemos um cenário difícil. A grande maioria das empresas, principalmente as médias e as pequenas, lutam com grandes dificuldades. E como o processo inovativo acontece em geral quando as empresas já têm seus mercados mais ou menos estabilizados, podendo, portanto, tomar riscos sem que isso ponha em perigo a vida da própria organização, o processo fica extremamente dificultado. O que não quer dizer que a inovação perca importância, só que os resultados não vão ser os que se deveria esperar em relação àquilo que as empresas investem e o País necessita.

Em sua opinião, existem atualmente, no País, agentes capazes de retomar o processo de reindustrialização através da inovação?

A minha resposta é positiva: existem. Vê-se isso em vários setores e lugares, mas de forma diferenciada. Por exemplo, onde a economia vai bem, como no agronegócio, é possível identificar processos sempre em contínuo movimento. Em outros setores onde isso não acontece, as dificuldades são muito maiores. O reflexo pode ser visto em empresas e também em instituições de pesquisa aplicada do próprio governo, que estão sofrendo enormes dificuldades. É uma situação – tanto para os institutos de pesquisa, como para sua relação com as empresas – que pode paralisar o esforço conjunto dessas entidades. Isso não quer dizer que não haja inovação acontecendo no setor industrial. Existem forças vivas no País que podem realmente auxiliar no processo de recuperação. A questão é saber até quando elas resistirão a um processo político rejeitado por parte substancial da sociedade e uma atividade econômica anêmica.

Quais os desafios para que essas forças se desenvolvam?

Em poucos momentos da vida nacional, o Brasil entendeu a importância da inovação tecnológica. A história recente mostra que, naqueles momentos em que houve equilíbrio e controle das variáveis macroeconômicas e um ambiente político razoavelmente saudável, houve inovação tecnológica de alguma expressão no País. É basicamente do que necessitamos. As dificuldades, se bem entendidas, também podem ter a condição de mostrar o caminho certo.

 

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