REVISTA FACTO
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Mai-Jun 2009 • ANO III • ISSN 2623-1177
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//Artigo

Quem está na Química Fina

Na iminência de completar 23 anos de existência, no próximo dia 18 de junho, a ABIFINA vem apoiando, desde sua constituição em 1986, o desenvolvimento tecnológico e industrial das empresas atuantes no setor da química fina, da biotecnologia e de suas especialidades, sem discriminação da origem de seu capital, desde que compromissadas com a fabricação no País e com esforços na área de inovação tecnológica.

Constituem a área de atuação da ABIFINA os seguintes segmentos industriais: fármacos, medicamentos e vacinas para uso humano e veterinário; agroquímico; catalisadores e aditivos; intermediários de síntese e de usos (princípios ativos); corantes e pigmentos orgânicos, além das empresas de base tecnológica prestadoras de serviços especializados na área química.

FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

Este segmento é composto por medicamentos de uso humano e por princípios ativos utilizados na elaboração dos medicamentos. Tais princípios ativos (matériasprimas) são conhecidos como farmoquímicos, ou fármacos e, mais recentemente, como ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs ou APIs, conforme sua sigla em inglês). A indústria de fármacos está fortemente ligada à indústria farmacêutica, de cuja cadeia é o elo mais importante.

O segmento de fármacos e medicamentos caracteriza-se por ser intensivo em pesquisa e desenvolvimento, podendo sua atuação ser dividida em quatro estágios: 1°- P&D de novos IFAs; 2°- Produção em escala dos IFAs; 3°- Produção de medicamentos e 4°- Inserção dos medicamentos no mercado.

Atualmente existe uma forte tendência mundial no sentido de serem buscadas rotas alternativas de produção nessa área, através de processos biotecnológicos. Além das rotas biotecnológicas, cresce também a produção de medicamentos obtidos a partir de matérias-primas naturais – os medicamentos fitoterápicos.

A indústria farmacêutica brasileira, após breve período de retração nas vendas, no final da década de 1990 e início de 2000, retomou seu crescimento ao longo dos últimos anos, tendo registrado um faturamento de US$ 17,1 bilhões em 2008 contra US$ 14,6 bilhões em 2007, um aumento de cerca de 15% no período. Entretanto, apesar do aumento observado no faturamento, a balança comercial da indústria farmacêutica brasileira vem apresentando déficits contínuos, atingindo cerca de US$ 2,0 bilhões em 2008. Em relação à indústria farmoquímica, o déficit foi de US$ 1,1 bilhão em 2008, sendo que no período de 1995 a 1998 o déficit acumulado superava o déficit da indústria farmacêutica em US$ 1,6 bilhão. A partir de 1999, com o aumento das importações de medicamentos prontos, a situação foi invertida, com maiores déficits para a indústria farmacêutica. Apesar do déficit acumulado, observa-se um crescimento nas exportações brasileiras de fármacos e medicamentos nos últimos anos, atingindo cerca de US$ 1,2 bilhão em 2008, sendo as exportações de medicamentos correspondentes a 65% e as exportações de farmoquímicos 35% do total. As exportações de fármacos e medicamentos apresentaram um aumento de cerca de 50% entre 2005 e 2008.

No complexo industrial da saúde (fármacos, medicamentos e vacinas), a ABIFINA representa indústrias que operam no setor e executa um papel articulado de parcerias público-privadas, visando o atendimento de produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

No setor de fármacos a atuação é focada na fabricação local dos IFAs requeridos para a demanda pública dos medicamentos essenciais ao atendimento do SUS, destacando-se, entre os temas trabalhados pela entidade, o sistema regulatório coberto pela Anvisa, a defesa do mercado interno e o mecanismo conhecido como Poder de Compra do Estado.

Na área de medicamentos são desenvolvidas ações voltadas para temas em que a ABIFINA construiu sólida reputação, como é o caso da propriedade intelectual.

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

São produtos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens e na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas. Classificam-se em inseticidas, fungicidas, herbicidas e outros grupos menores, como os raticidas, acaricidas e pesticidas. Defensivos agrícolas são chamados também de produtos agroquímicos ou, de forma preconceituosa, de agrotóxicos – este último, inclusive, é o termo bastante utilizado no Brasil em função da definição equivocada constante da legislação nacional.

Os sucessivos aumentos na produtividade agrícola brasileira não teriam sido alcançados sem a correta e segura utilização dos defensivos agrícolas, setor que vem apresentando faturamento crescente nos últimos anos, atingindo US$ 7,1 bilhões em 2008, com alta de 30% em relação a 2007 (US$ 5,4 bilhões). Os números colocam o Brasil na liderança do consumo mundial de agroquímicos, posição antes ocupada pelos EUA.

O segmento agroquímico é um dos contemplados pela atual Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do governo, com a criação do fórum da cadeia agroquímica. Discute-se, no âmbito desse fórum, no qual a ABIFINA tem participação ativa, uma série de ações que poderiam reverter o saldo da balançade pagamentos. O déficit comercial do setor é crescente – US$ 466 milhões em 2007 e US$ 835 milhões em 2008 – o que representa um crescimento de 79% no período. Esse panorama é verificado porque as importações saltaram de US$ 836 milhões em 2007 para cerca de US$ 1,3 bilhão em 2008, um aumento de 55%, enquanto o aumento observado no mesmo período para as exportações de agroquímicos foi de apenas 17%.

Na área agroquímica a ABIFINA promove encontros específicos com os órgãos federais responsáveis pelo registro (Mapa, Anvisa e Ibama) e com os órgãos que tratam dos cadastros estaduais.

VACINAS

A despeito dos esforços que vêm sendo realizados pelo governo brasileiro, o País ainda não é autossuficiente na produção de vacinas, recorrendo às importações para atender as demandas da população. A balança do setor é decrescente, tendo-se registrado, em 2006, um déficit de US$ 169 milhões contra US$ 335 milhões em 2008. Tais déficits resultaram de importações no valor de US$ 193 milhões em 2006 e de US$ 386 milhões em 2008, em contraposição às exportações de US$ 24 milhões em 2006 e US$ 50 milhões em 2008. Verificou-se, portanto, um aumento de praticamente 100% nas importações do período entre 2006 e 2008, contra um crescimento de 48% nas exportações brasileiras de vacinas.

CATALISADORES E ADITIVOS

Catalisadores são utilizados principalmente nos processos de isomerização, craqueamento de petróleo, hidrogenação, alquilação, desidratação, oxidação e polimerização. O segmento registrou um aumento no seu déficit comercial, de US$ 54 milhões em 2006 para US$ 103 milhões em 2008, decorrente do acréscimo das importações, de US$ 110 milhões para US$ 163 milhões, enquanto as exportações evoluíram apenas de US$ 56 milhões em 2006 para US$ 60 milhões em 2008.

Aditivos químicos, inclusive bioquímicos, são produtos utilizados como estabilizantes ou antioxidantes em resinas plásticas, aceleradores para a vulcanização de borracha, fixadores de corantes ou pigmentos na indústria têxtil e do papel, entre outros usos. Não há dados estatísticos disponíveis sobre a produção e mercado de aditivos, em grande parte devido à sua elevada dispersão em termos de natureza dos produtos e suas aplicações.

INTERMEDIÁRIOS DE SÍNTESE

São produtos fabricados através de sínteses químicas, normalmente a partir da petroquímica básica ou, mais modernamente, via processos biotecnológicos a partir de matérias-primas da química orgânica básica, seja de origem petroquímica, seja da biomassa. A partir dos intermediários de síntese são produzidos os intermediários de uso, ou princípios ativos utilizados na fabricação de especialidades – medicamentos e defensivos agrícolas ou animais, bem como as demais especialidades finais da química fina, como os cosméticos.

Uma característica do intermediário de síntese é que o mesmo produto pode ser utilizado em diversos setores da indústria química. Embora exista uma série de empresas que fabrica intermediários de sínteses no Brasil, verifica-se uma grande dependência de produtos de terceiros países, que vem crescendo ao longo dos anos, refletindo no aumento do déficit comercial. Em 2008, o déficit foi da ordem de US$ 1,8 bilhão (US$ 2,2 bilhões de importações em contraposição a U$ 424 milhões de exportações), enquanto em 2004 as importações foram de US$ 1,5 bilhão e as exportações registraram US$ 220 milhões, totalizando um déficit de US$ 1,3 bilhão.

CORANTES E PIGMENTOS ORGÂNICOS

Os corantes são retidos no material em que são aplicados por adsorção, solução, retenção mecânica ou por ligações químicas iônicas ou covalentes. Podem ser reativos, ácidos, azóicos, básicos, à cuba, diretos, ao enxofre, pré-metalizados, solventes e à tina. Os pigmentos, por serem em geral insolúveis em água, são usualmente aplicados por meio de veículos (excipientes líquidos) que atuam na fixação das cores. O Brasil possui pequeno número de empresas fabricantes de corantes, com um faturamento que gira em torno US$ 110 milhões. O segmento vem apresentando um déficit do saldo comercial recorrente nos últimos anos. Em 2007 esse déficit era de US$ 160 milhões e passou para aproximadamente US$ 196 milhões em 2008. Esse fato se deve ao aumento das importações, de US$ 235 milhões em 2007 para US$ 279 milhões em 2008, contra um valor de US$ 76 milhões exportados em 2007 para cerca de US$ 83 milhões em 2008.

Em todos os segmentos da química fina, além do sistema regulatório, a ABIFINA atua nas áreas de propriedade intelectual, inovação tecnológica focada na empresa e em assuntos afetos ao comércio exterior. Para desenvolver essas atividades foram criados internamente Comitês Setoriais voltados para os segmentos de fármacos e agroquímico e Comitês Temáticos para a tomada de posições em matérias como propriedade intelectual e inovação tecnológica.

Dentro do complexo industrial em que a ABIFINA atua, são apresentadas a seguir quatro empresas filiadas à entidade. Nas próximas edições da revista FACTO serão retomadas as apresentações das empresas associadas que operam em diferentes setores da química fina.

FÁBRICA CARIOCA DE CATALISADORES S.A.

É uma empresa de tecnologia de ponta que cria, produz e entrega soluções em catalisadores e aditivos para a indústria de refino de petróleo, sempre com foco estratégico no desenvolvimento de produtos e serviços sob medida para as necessidades das refinarias.

A empresa reúne a tradição e o knowhow de dois gigantes mundiais das áreas de petróleo e petroquímica – a Petrobras e a Albemarle Catalysts, que juntas dispõem de um forte esquema tecnológico de pesquisa e desenvolvimento de catalisadores e aditivos e detêm a liderança em participação no mercado de catalisadores para a indústria de refino de petróleo no mundo, além da liderança no mercado de catalisadores de FCC na América do Sul.

Mesmo com toda crise mundial, já é realidade a implantação de uma planta protótipo no Parque Tecnológico de Santa Cruz para pesquisa na área de catalisadores. Esta unidade, batizada de Procat, será implantada através de um projeto de infraestrutura da Petrobras com a Escola de Química da UFRJ.

A planta, cujo investimento total está estimado em R$ 27 milhões, terá uma área construída de 760 m2 em uma área total de 2250 m2 dentro do Parque Tecnológico de Santa Cruz, com o início das operações da Procat previsto ainda para este ano.

A Fábrica Carioca de Catalisadores e a UFRJ assinaram o contrato de cessão da área onde a planta será instalada, em regime de comodato. A FCC acredita que sua parceria com a UFRJ e o Cenpes trará benefícios para todos. Isto porque a Procat vai permitir à Fábrica Carioca de Catalisadores agilizar suas pesquisas e testes nas áreas de catalisadores de FCC e produtos afins, ao mesmo tempo em que possibilitará à UFRJ e ao Cenpes ampliarem suas pesquisas nas áreas de catalisadores e biocombustíveis. Esta planta facilitará sobremaneira o scale-up dos processos em desenvolvimento e, em função do seu potencial de atração de novos empreendimentos, contribuirá para a consolidação do Parque Tecnológico de Santa Cruz e para o desenvolvimento regional.

O Parque Tecnológico de Santa Cruz será composto de uma incubadora de empresas de base tecnológica; uma unidade piloto multipropósito destinada à pesquisa para produção de adsorventes, catalisadores heterogêneos e seus respectivos intermediários para a indústria de química fina; serviços de apoio e uma incubadora social. Sua missão é promover o fortalecimento do setor de química fina, voltado para as cadeias produtivas do petróleo, petroquímica e gás natural, através da implementação de um ambiente propício à formação de arranjos produtivos locais e de novas empresas spin-off.

O empreendimento visa estimular a economia regional, através da geração de empregos para trabalhadores qualificados e da inclusão da comunidade local, pela implantação de uma incubadora social, onde serão desenvolvidas, entre outras, atividades de reciclagem de refugos industriais.

HELM DO BRASIL LTDA.

Uma empresa alemã, sediada em Hamburgo – Alemanha, com 109 anos de história, especializada na distribuição de produtos químicos líquidos e sólidos, matérias – primas e produtos acabados para indústria farmacêutica, nutrição humana e animal e defensivos agrícolas.

Fundada em 1900, por Karl Otto Helm, a empresa se estabeleceu em 1960 no mercado internacional de químicos, com filiais na Dinamarca, Espanha, México, Japão e Índia. Seu faturamento atingiu US$ 240 milhões em 1970, ano em que a Helm marcou presença em mais de dez países. Em 1978 a empresa Karl O. Helm passou a ser uma sociedade anônima chamada Helm AG. Em 1980, já instalada em mais de vinte países, a empresa viu seu faturamento atingir US$ 750 milhões. Em 2008 o faturamento global da empresa atingiu US$ 13,4 bilhões, com patrimônio de US$ 494 milhões e aproximadamente 1.350 funcionários.

HELM DO BRASIL – Em 1975 iniciou as operações no Brasil, com a distribuição de produtos químicos, farmacêuticos, nutrição humana e animal, e fertilizantes. Em 2004 iniciou a distribuição de defensivos agrícolas, com o lançamento da primeira marca: Glifosato 480 HELM.

Nos seus negócios internacionais, a Helm do Brasil atua como elo entre os fabricantes de produtos químicos e a indústria de transformação, através de uma rede de filiais, serviços terceirizados e de cooperações que assegura o acesso aos mercados importantes.

A Helm garante a entrega just-in-time, pois trabalha com grandes volumes e armazenagem em instalações dedicadas, possuindo terminais de tanques e operações logísticas para todos os produtos.

Com participação em unidades industriais, a empresa tem sua qualidade garantida com processos de produção em projetos estratégicos.

Dentre os principais produtos químicos líquidos distribuídos pela Helm, estão: acetato de etila, acetato de vinila monômero, ácido acético, álcool laurílico etoxilado, estireno, etanol, etanolaminas, etilenoglicóis, alquil benzeno linear, alquil benzeno linear sulfônico, metanol, nonilfenol etoxilado, polietilenoglicóis e propeno.

Entre os produtos químicos sólidos: álcool ceto-estearílico, anidrido ftálico, dicianodiamida, dióxido de titânio rutílico, melamina e potassa cáustica. Entre os principais produtos exportados pela empresa encontram-se: manitol, gestodeno, lecitina de soja, iodato de cálcio anidro, iodeto de potássio e iodeto de potássio estabilizado.

Na área de defensivos agrícolas e farmacêuticos, o corpo científico e técnico da Helm oferece serviços de desenvolvimento de produtos e formulação, análise de patentes, gerenciamento de qualidade e dos registros de produtos com dossiê completo.

Defensivos Agrícolas: As negociações da Helm foram iniciadas nos anos 1970 com a antiga União Soviética. Nos anos 90 a empresa deu início ao time de toxicologia, com trezentos registros em diferentes países. Em outubro de 2004 iniciou-se a distribuição de defensivos agrícolas no Brasil e, em 2007, a cooperação com empresas multinacionais de síntese. Entre os projetos da Helm estão previstos três novos produtos que devem ser lançados ainda em 2009 e quatorze novos produtos com lançamento previsto para o período 2010/2012.

MICROBIOLÓGICA QUÍMICA E FARMACÊUTICA LTDA.

É uma empresa brasileira de base científica com competência em síntese orgânica focada em nucleosídeos e análogos. Integra organicamente pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização.

Durante a década de 1990 a Microbiológica criou tecnologias para a fabricação verticalizada de importantes agentes usados para o combate ao vírus da AIDS: AZT (que ganhou o nome de AZT Brasileiro), Lamivudina e Estavudina. Pelas circunstâncias do mercado, a empresa suspendeu essa atividade temporariamente no início desta década. Recentemente, estimulada pela Finep através do programa de subvenção econômica e pelas evidências de uma nova política industrial, a Microbiológica retomou o desenvolvimento de tecnologias antivirais a serem implantadas em sua unidade de Jacarepaguá. Esse desenvolvimento tem se beneficiado de forma extraordinária da grande experiência da Microbiológica na qualificação crescente dos seus produtos e de sua reconhecida competência na área de nucleosídeos. Alguns novos antivirais de importância estratégica já se encontram em desenvolvimento, em fase piloto.

Para exportar mais de 80% de suas produções para a Europa, a Microbiológica tem percorrido um longo caminho de colaboração com instituições de reconhecimento internacional e se submetido anualmente a minuciosas auditorias que têm resultado no aperfeiçoamento permanente de sua produção e na diferenciação de seus princípios ativos. Isso fez com que a Microbiológica tenha se especializado na fabricação de princípios ativos customizados, o que permite aos seus parceiros a produção de genéricos de alto padrão de qualidade, tanto no Brasil como no exterior. É o caso dos imunossupressores Azatioprina, Mercaptopurina e Talidomida, cuja fabricação atual gira em torno de cinco toneladas anuais, destinadas principalmente ao mercado europeu. No Brasil, a Microbiológica acaba de firmar um contrato de fornecimento de Talidomida com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para atendimento ao programa do Ministério da Saúde e, no âmbito privado, mantém uma parceria com a EMS.

Em sua unidade “Quilolab”, ligada à estrutura de pesquisa e desenvolvimento, são fabricadas atualmente as citocininas, reguladores naturais do crescimento vegetal usadas em biotecnologia e com grande potencial de aplicação na agricultura. A maior parte dessa produção é exportada para a Europa, EUA e Índia.

Em seus 28 anos de vida, a Microbiológica sempre procurou contribuir signifi cativamente com o desenvolvimento tecnológico nacional, criando soluções inéditas para problemas relevantes e formando recursos humanos de alto nível comprometidos em um processo de reinvenção permanente, o que a mantém jovem e com perspectiva otimista de futuro.

OXITENO S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO

É uma das empresas do Grupo Ultra que também atua nos setores de distribuição de combustível; armazenagem, distribuição e comercialização de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e soluções logísticas integradas para granéis especiais.

As operações da Oxiteno são integradas e, aliadas a uma alta produtividade, garantem a eficácia de desempenho dos produtos da empresa nos diversos mercados em que atua, que vão desde o setor de cosméticos e embalagens para bebidas até o de fluidos para freios e de tintas e vernizes. A linha de produtos da empresa abrange tensoativos, solventes, óxido de eteno, etilenoglicóis, etanolaminas, produtos oleoquímicos, catalisadores, especialidades químicas, óleos minerais e líquidos para freios.

A empresa atua em mais de quarenta países, nos cinco continentes. Cerca de 30% da sua produção é exportada para uma vasta gama de empresas, no mundo inteiro, por meio de uma rede de distribuidores, representantes e agentes.

Em 2008, a Oxiteno investiu R$ 516 milhões concentrados nos projetos de expansão da capacidade produtiva, em especial na conclusão da unidade Oleoquímica, na expansão de capacidade de especialidades químicas e na expansão da produção da capacidade de óxido de eteno em Mauá (SP). Em adição, reforçou sua atuação global com a abertura de um escritório comercial na Bélgica. Em 2007 já havia reforçado seu posicionamento nas Américas, com a abertura de escritórios comerciais na Argentina e nos Estados Unidos, e aquisições no México e na Venezuela.

Também em 2008, a empresa deu início à expansão da unidade de aminas em Camaçari (BA), com salto de capacidade de 45 mil para 110 mil toneladas por ano. A expansão atendeu à crescente demanda de aminas, destinadas principalmente aos mercados de defensivos agrícolas, cosméticos e limpeza, segmentos que têm apresentado crescimentos expressivos, derivados do posicionamento do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de commodities agrícolas e do aumento expressivo da renda da população brasileira.

Com a aquisição da Ipiranga, a Oxiteno assumiu as operações da Empresa Carioca de Produtos Químicos – Emca, principal produtora de óleos minerais brancos e fluidos especiais da América Latina. O posicionamento geográfico da planta dentro do Polo Petroquímico de Camaçari facilitou o processo de integração com a Oxiteno e propiciou a otimização de processos como transporte e compartilhamento de fornecedores. Comercialmente, a integração da Emca reforça a presença da Oxiteno nos setores farmacêutico, de cosméticos, petróleo e de plásticos. A nova unidade mantém ainda uma forte sinergia com a planta de alcoóis graxos, pois seus óleos minerais complementam o portfólio de derivados vegetais fornecidos pela Oleoquímica.

Ainda em 2008, a Oxiteno iniciou a operação da Unidade Oleoquímica, tornando-se pioneira na produção de alcoóis graxos na América Latina, com capacidade para a produção de cerca de cem mil toneladas de produtos por ano, utilizando matéria-prima de origem renovável – o óleo de palmiste. Hoje, a Oxiteno é a maior consumidora de alcoóis graxos do país, reagindo o produto com o óxido de eteno para produzir especialidades químicas, principalmente para os mercados de cosméticos, detergentes, têxtil e agroquímico.

Localizada em Camaçari, a Oleoquímica Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda. conta com toda a infraestrutura e a mesma qualidade de produtos e serviços da Oxiteno. Com a nova fábrica, a Oxiteno equipara-se às cinco maiores empresas mundiais que produzem alcoóis graxos – Sasol, Shell, Cognis, KAO e P&G, nenhuma com plantas na América Latina, que vinha sendo suprida exclusivamente por importações.

Em edital publicado em 2007, o Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou a aprovação de apoio financeiro para a realização cooperativa, entre empresas e instituições científicas, de projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no âmbito da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. A Oxiteno apresentou nove propostas e dessas, oito foram aprovadas, a maioria relacionada à nanotecnologia, área em que a empresa vem investindo em pesquisas há algum tempo e que está alinhada aos interesses do país e tendências do setor.

O investimento em inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, em parceria com empresas e universidades, tem sido outra vertente adotada pela Oxiteno na busca pelo crescimento e criação de valor. Além da nanotecnologia, a empresa investe em pesquisas em busca de fontes renováveis de matérias-primas – a chamada química verde. O setor de pesquisa da empresa conta com o apoio de um Conselho de Ciência & Tecnologia, formado por alguns dos mais conceituados acadêmicos e consultores em tensoativos do mundo.

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